Operação Dedo Podre, da Polícia Civil paulista, flagrou esquema no órgão estadual de MS
30/08/2019 12h59
Por: Mirela Coelho com informações do Midiamax
SELVÍRIA (MS) – Por enquanto, Ailton Vargas Rodrigues, de 45 anos, só foi exonerado do cargo comissionado de gerente-executivo que ocupava na agência do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) de Selvíria. O servidor foi preso no dia 1º deste mês, na operação Dedo Podre, realizada pela Polícia Civil de São Paulo, contra esquema criminoso que fraudou documentos no órgão estadual sul-mato-grossense.
A polícia paulista passou a investigar 191 pessoas nos últimos 18 meses, por suspeita de criação de organização criminosa para inserção de dados falsos na transferência de pontos e renovação de carteiras de habilitação. Além de Ailton, foram presos dois irmãos proprietários de um escritório despachante em Ilha Solteira, São Paulo e o empresário de escritório de recursos de multas de trânsito de Dracena.
A exoneração foi publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) desta sexta-feira (30), e assinada pelo secretário de Estado e Governo, Eduardo Riedel, com efeitos a partir do dia 19 de agosto.
Ele ocupava cargo em comissão de Gestão e Assistência, símbolo DCA-11, com salário de R$ 2.274,80 e pode ser reconduzido ao cargo efetivo do Quadro Permanente de Pessoal do Poder Executivo Estadual, já que é concursado. Não há informação sobre eventuais sanções administrativas ao servidor.
O Detran-MS foi acionado para se manifestar sobre a situação funcional do alvo da operação policial e a reportagem aguarda retorno.
Organização criminosa
Em março de 2018, de acordo com a polícia de São Paulo, o grupo passou a ser monitorado por executar transferências ilegais, mediante pagamento de propina. Motoristas de São Paulo transferiam os pontos em suas CNH’s para Mato Grosso do Sul, a fim de evitar penalidades administrativas por conta de infrações de trânsito praticadas.
Esses motoristas eram orientados pelo grupo para apresentarem endereços falsos para facilitar o esquema. O empresário de Dracena cooptava os clientes com penalidades nas CNH’s e, após recebimento de propina, repassava os dados para os despachantes em Ilha Solteira. Estes, pegavam o dinheiro e os dados dos clientes e repassavam para o Detran de Selvíria.
Ailton fazia vistas grossas às penalidades e inseria dados falsos no sistema do Detran/MS, isentando os motoristas das penalidades em uma nova transferência para São Paulo. A suspeita é de que eles tenham movimentado aproximadamente R$ 200 mil.
Da redação com informações do Midiamax
