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domingo, 14 de setembro, 2025

Preocupados em não engravidar, jovens vão só na pílula e camisinha vira raridade

16/02/2015 – Atualizado em 16/02/2015

Por:Campo Grande News

Em pleno Carnaval, ao mesmo tempo em que os órgãos de saúde distribuem preservativos aos foliões, o chão passa a ser tomado por camisinhas ainda embaladas.

A preocupação dos jovens tem sido apenas em não engravidar e como neste quesito o anticoncepcional cumpre o seu papel, a camisinha parece ter virado raridade. De início, ninguém quer admitir para a reportagem que já transou sem, como se a pílula fosse a proteção contra tudo e a única consequência do sexo fosse de uma gravidez indesejada. Como o tema ainda é tabu, boa parte dos entrevistados não quis se identificar.

Estudante, uma jovem de 24 anos, admite que já deixou passar algumas vezes e que foi apenas confiando na pílula. “Já aconteceu sim, às vezes eu até falo para colocar, às vezes não. Mas depois eu fico preocupada”, conta. Só que no caso a primeira situação que vem à cabeça não é nem o quadro de doenças sexualmente transmissíveis, mas sim a possibilidade de ter engravidado.

E é só quando a gente da equipe sugere o risco da transmissão de doenças é que os personagens passam a avaliar isso também, mas ainda assim, em segundo plano. A estudante de 20 anos admite que não pegou nenhuma das camisinhas distribuídas durante o Carnaval, mas justifica que elas não teriam nenhum uso agora. Há muito tempo ela diz ter adotado o anticoncepcional, mas deixa claro que não há substiuição de um pelo outro, exceto em casos raros.

“Nã tenho namorado para dar essa relaxada, se tivesse, talvez rolaria a coisa da confiança”, opina. Outro risco é o de acreditar que só por ter parceiro fixo se pode abrir mão do preservativo.

Manicure, Caroline Mello tem 27 anos e só depois dos dois filhos nascerem é que encarou a importância da camisinha. “A gente vacila, eu vacilei duas vezes e engravidei, mas não é só isso. Engravidar é uma benção e doença é o pior”, opina.

Mãe de uma adolescente de 13 anos, Eliane Araújo de 35, diz que percebe o cenário de incidência de gravidez na adolescência e relaciona diretamente ao fato de que a meninada não tem usado o preservativo. “Acho que deixam de lado, porque tem mais facilidade com a pílula, que torna tudo mais prático”, acredita a mãe. A filha adolescente ainda não menstruou, mas ela afirma que tem conversado e muito com a menina sobre o assunto.

Administrador, Augusto Vincki, de 22 anos, disse que no Carnaval não pegou, mas mostrou que carrega a sua consigo na carteira. “Faz sim, menina deixa só na píulula ou ainda toma a do dia seguinte para segurar a barra”. Ele admite que namorando, fica mais “de boa”, confiando ainda mais na pílula.

“Você acha que nada vai acontecer. O meu maior médo é engravidar, aí acaba com a sua vida”, comenta.

E é este comportamento que a gente vê nas ruas e nas conversas que contribuíram para o aumento de novas infecções pelo vírus da AIDS. Um relatório publicado ano passado mostra que enquanto diminuiu 28% o número de novos casos em todo mundo, no Brasil este percentual aumentou e foi para 11%.

Este comportamento que a gente vê nas ruas contribuiu para o aumento de 11% dos casos de infecção pelo vírus HIV. (Foto: Marcos Ermínio)

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