11/07/2016 – Atualizado em 11/07/2016
Prefeitura afirma que paciente não morreu por descaso e família se diz indignada
Paciente aguardava liberação de hemodiálise a mais de dois meses
Por: Ana Carolina Kozara com fotos de Rádio Caçula
José Manoel da Silva faleceu há onze dias em decorrência de complicações de uma doença renal, a qual era portador, e que por falta de tratamento adequado se agravou e culminou em sua morte.
A família, que travou uma árdua batalha com a administração municipal de Três Lagoas, para a liberação do tratamento de hemodiálise, que poderia ter salvo a vida de José, se dizem indignados com o posicionamento assumido pela prefeitura, que afirma que o paciente já vinha passando pelo tratamento adequado e sua morte não foi ocasionada pelo descaso da administração pública.
De acordo com o filho de José, Jefferson Emanoel da Cruz Silva, o médico nefrologista responsável pelo tratamento de seu pai, sabendo da condição crítica que José se encontrava, entrou em contato com a família do enfermo para informar que uma paciente que realizava o tratamento de hemodiálise estaria fora da cidade por um período determinado e que diante da gravidade do quadro clinico de José, por conta própria o médico iria encaixar o paciente na vaga em aberto.
Jefferson afirma que o médico deixou claro que o tratamento não havia sido liberado pela prefeitura e que as seções que ele passaria seriam provisórias até o retorno da paciente que precisou se ausentar.
O paciente passou por duas seções do tratamento, quando na terça-feira (28) se sentiu mal e foi levado às pressas ao hospital, onde foi socorrido e foi internado imediatamente.
No dia seguinte (29) José foi levado até a ala de hemodiálise, e depois de 20 minutos recebendo o tratamento, foi levado às pressas a UTI (Unidade de Pronto Atendimento) onde ficou internado e faleceu no final da manhã do dia seguinte.
De acordo com a família, o médico lamentou o ocorrido e afirmou que o caso de José poderia ser revertido, caso o tratamento tivesse sido iniciado há 2 meses atrás, quando a solicitação foi realizada e nenhuma providencia foi tomada.
Entenda o caso
José foi internado no Hospital Auxiliadora no dia 19 de maio, quando a equipe médica constatou que o paciente corria risco de vida e que deveria ser submetidos com urgência a seções de hemodiálise e como a unidade não possui vagas disponíveis para a realização deste procedimento, familiares de José abriram na segunda-feira (23) um requerimento para tratamento de saúde com urgência, que deveria ser respondido em um prazo de 24 horas e foi ignorado pela Secretária de saúde Eliane Brilhante, que ao final do prazo não tinha sequer aberto o pedido do três-lagoense.
Em uma carta enviada à família, a secretária Eliane Brilhante diz ter conhecimento da necessidade do tratamento imediato e afirma que iria tentar viabilizar o procedimento através do estado.
Diante da demora, a família entrou com uma ação no ministério público, que através da Juíza da vara de fazenda pública e registros públicos da comarca de Três Lagoas, Aline Lacerda, determinou que em um prazo de 24 horas, o paciente deveria iniciar o tratamento, sendo que caso o local onde estivesse internado não possuísse vagas, ele deveria ser realocado em um local onde pudesse realizar o procedimento,
O mandado foi recebido pela secretária de saúde de Três Lagoas no dia 1 de Junho, que apenas no dia 04 de Julho, após a morte de José, publicou no diário oficial do município o cumprimento da ordem judicial.





