Evento em Brasília marca início das discussões globais antes da Conferência da ONU sobre o Clima, que será realizada em novembro, em Belém (PA)
A Pré-COP30 começou nesta segunda-feira (13), em Brasília, reunindo negociadores de 67 países em uma etapa preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém.
Durante a abertura oficial, lideranças internacionais destacaram a urgência de transformar compromissos em ações concretas. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, defendeu o fortalecimento do multilateralismo, a aproximação da agenda climática com a vida real e a aceleração da implementação do Acordo de Paris.
UNIDADE
Simon Stiell, secretário executivo da Convenção do Clima (UNFCCC), reforçou que o sucesso da COP depende da cooperação global, independentemente de disputas políticas. Segundo ele, a “estrada para Belém é curta, mas cheia de possibilidades”, e o trabalho até a COP30 será decisivo para o futuro climático do planeta.
ESTRUTURA
A presidência da COP30 estruturou o evento em quatro “círculos” temáticos: Presidentes da COP, Povos, Finanças e Balanço Ético Global. Cada um deles apresentou avanços obtidos na fase de mobilização e sugestões para impulsionar a próxima fase de negociações.
GOVERNANÇA
Líder do Círculo de Presidentes da COP, Laurent Fabius (que presidiu a COP21, em Paris), defendeu que a implementação das metas climáticas deve se apoiar em quatro pilares: inspiração, implementação, inclusão e inovação. Fabius ressaltou ainda a importância de envolver comunidades indígenas, religiosas e científicas.
POVOS
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que lidera o Círculo dos Povos, destacou que a COP30 terá a maior participação indígena da história, com expectativa de mais de 3 mil representantes na “Aldeia COP”, espaço dedicado à presença dos povos originários na conferência. Ela reforçou a importância do reconhecimento dos territórios indígenas como parte da política climática.
FINANÇAS
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou os eixos prioritários do Círculo de Finanças, que incluem aumento do financiamento climático, reformas em bancos multilaterais, incentivos a investimentos sustentáveis e melhorias regulatórias. Entre as propostas, está a criação de uma supertaxonomia global que oriente os investimentos verdes.
Segundo Haddad, um relatório com as propostas será entregue ainda este mês ao presidente da COP30 como contribuição à construção do “Mapa do Caminho de Baku a Belém para 1,3 trilhão de dólares”.
ÉTICA
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentou o trabalho do Círculo do Balanço Ético Global (BEG), que promoveu diálogos sociais em todos os continentes, com foco em justiça climática e princípios éticos. Marina defendeu que a COP30 seja marcada como um novo marco humanitário e climático, indo além da técnica e incorporando valores culturais, raciais e intergeracionais.
Com informações Agência Brasil