Geral – 16/01/2013 – 17:01
As autoridades ambientais do Estado do Rio de Janeiro confirmaram nesta quarta-feira (16) que as obras de construção do porto do Açu, da empresa LLX, do empresário Eike Batista, causaram a salinização da água doce usado por agricultores de São João da Barra (RJ).
Segundo a presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, o problema ocorreu após o transbordamento da água salgada do sistema de drenagem da dragagem do porto. A água, que deveria voltar para o mar, atingiu reservatórios de água doce.
O canal mais atingido foi o Quintingute. Principal fonte de abastecimento dos agricultores locais, ele foi caracterizado como de água doce pelo estudo de impacto ambiental, mas atualmente tem 2,1 de salinidade –o adequado para irrigação é de, no máximo, 0,14.
De acordo com ela, o transbordamento já foi corrigido com um novo sistema de drenagem. Agora restam as análises das águas subterrâneas. O objetivo é identificar se elas foram contaminadas pela água salgada do processo de dragagem do porto.
De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, na próxima semana será divulgado as ações que a LLX deverá executar para correção dos danos. Minc garantiu, porém, que o problema não vai interromper as obras do porto.
Segundo Marilene, a empresa deverá dobrar (para 16) a quantidade de poços de monitoramento do local para identificar a extensão da possível contaminação das águas subterrâneas. Ela disse ainda que “certamente” haverá alguma multa, só não sabe de quanto.
A LLX ainda não se manifestou sobre o assunto, mas deve fazê-lo ainda hoje.
A denúncia de salinização do local foi feita por pesquisadores da Uenf (Universidade do Norte Fluminense). No estudo divulgado, eles afirmara que se nada for feito, um processo de desertificação da região poderá ser iniciado.
Fonte: Folha de São Paulo


