Segundo a investigação da Polícia Federal, seis investigadores e um perito faziam parte do esquema, a quadrilha conseguiu movimentar cerca de R$1 bilhão com a passagem de 1,2 mil carretas pela região do Cone-Sul no ano de 2017
28/05/2020 13h56
Por: Patrícia Fernandes com informações do Campo Grande News
MATO GROSSO DO SUL (MS) – Os policiais civis do Estado, foram alvo da Operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (28), por integrarem a “Máfia do Cigarro”, onde recebiam por ciclo, cerca de R$800 mil em propina, para facilitarem a passagem de cargas com produtos ilegais que eram contrabandeados do Paraguai. Foram seis investigadores de polícia do setor judiciário e um perito papiloscopista, que foram afastados da Corporação e vão ser alvos de processos administrativos, assim como tiveram suas armas e os distintivos apreendidos.
Foi constatado que só em 2017, a quadrilha movimentou R$1 bilhão, com a passagem de 1,2 mil carretas pela região do Cone-Sul, onde os agentes de segurança atuavam, foram seis investigadores que faziam parte do poder judiciário além de um perito em papiloscopista, onde já foram afastados e vão sofrer um processo administrativo, além de terem distintivos e armas apreendidos.
O QUARTETO
De acordo com o trabalho investigatório, os sete davam apoio ao “quarteto” de chefes cigarreiros da região, sendo Angelo Guimarães Balerini, Valdenir Pereira Santos que estão presos em unidades penais federais e Fabio Costam e Carlos Alexandre Gouveia, estão foragidos e supostamente acredita-se que eles estão no Paraguai, todos eles são alvos da investigações da Operação Nepsis da Polícia Federal.
A INVESTIGAÇÃO
Essa é uma das primeiras ações de grande porte realizada nos últimos anos, que inclui policiais civis entre os funcionários públicos que dão guarida ao contrabando de cigarros, havendo também a investigação sob policiais militares e os da rodoviária federal, pois o produto sai do Paraguai, passa pela fronteira e é distribuído no restante do país.
COLETIVA DOS DELEGADOS
O delegado que é chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, Antônio Calor Kinollo de Carvalho e o delegado regional executivo da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, em coletiva deram o panorama das investigações.
“Garantiam o escoamento de cigarros, que era por ciclos, e esse valor era repassado e eles distribuíam”, simplificou o delegado Biegas, sobre a atuação dos integrantes da força de segurança.
De acordo com o delegado, o documento que foi acessado pela investigação tem 267 citações a policiais, entre os civis e os militares, os mais citados, foram os alvos dessa quinta-feira (28), onde foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
AS AÇÕES
Hoje, as ações foram nas residências dos policiais e também nos locais de trabalho, sendo apreendidos listas em papel e em fotos de celulares, de todos os alvos, apenas dois são aposentados, o restante ainda está na ativa, porém nenhum nome foi divulgado.
ONDE
A equipe foi formada por 60 policiais, cumprindo os mandados em Amambai, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí e Ponta Porã, sendo todos expedidos pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.
Hoje foi finalizada a 4ª fase da Operação Nepis, que é denominada “Arithmoi”, na qual significa “números” em grego. Esse termo se remete a contabilização de vantagens indevidas que foram encontradas nas listas de pagamento.
