Nova funcionalidade do Banco Central substitui o débito automático e amplia acesso a pagamentos recorrentes
A partir desta segunda-feira, 13 de outubro, o Pix automático entra oficialmente em operação obrigatória no Brasil, com a promessa de transformar a forma como consumidores realizam pagamentos recorrentes e como empresas, especialmente as de menor porte, fazem cobranças. Desenvolvido pelo Banco Central, o recurso permite que clientes autorizem, de forma única, pagamentos periódicos diretamente pelo Pix, eliminando a necessidade de convênios bancários complexos e o uso de boletos ou débito automático tradicional.
Com o novo modelo, empresas e prestadores de serviço poderão enviar pedidos de autorização para seus clientes, que devem aceitar a cobrança no próprio aplicativo do banco. O cliente poderá escolher a frequência, ajustar os valores e estabelecer um limite por transação. Após a aprovação, os débitos são realizados automaticamente, todos os dias da semana, inclusive feriados. O sistema foi pensado para dar mais autonomia e praticidade tanto para quem paga quanto para quem cobra.
A expectativa do Banco Central é que a ferramenta beneficie cerca de 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito. Além disso, o Pix automático corrige uma limitação antiga do débito automático convencional, que exigia acordos diretos entre empresas e cada banco, algo viável apenas para grandes corporações. Agora, bastará que a empresa ou o microempreendedor individual peça a adesão à instituição onde já possui conta.
Entre os pagamentos mais comuns com o Pix automático estão contas de consumo como luz, água e telefone, mensalidades escolares, academias, serviços de streaming, assinaturas digitais e clubes de assinatura. A proposta também deve substituir o uso do Pix agendado recorrente, que exigia preenchimento manual de dados e estava mais sujeito a erros.
A segurança foi uma das prioridades na implementação da nova funcionalidade. O Banco Central estabeleceu critérios rigorosos para que empresas possam oferecer o Pix automático, exigindo checagem de dados cadastrais, compatibilidade entre a atividade exercida e o serviço ofertado, além de histórico de relacionamento com o banco. Apenas empresas em atividade há mais de seis meses poderão utilizar o serviço, em uma tentativa de evitar golpes e o uso indevido da ferramenta.
Apesar de trazer vantagens significativas, o Pix automático também requer atenção por parte do usuário. Golpes podem ocorrer por meio de propostas falsas de cobrança enviadas por empresas irregulares. Por isso, é fundamental verificar a origem da solicitação antes de aceitar qualquer débito automático.
Com a obrigatoriedade a partir de hoje, o Pix automático marca mais um passo na evolução do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, consolidando o Pix como a principal forma de movimentação financeira do país.