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terça-feira, 6 de maio, 2025

Pesquisa genética na Maré revela evolução da covid-19 e seu impacto global

Estudo realizado com amostras de moradores do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, revelou que linhagens do coronavírus evoluíram dentro da comunidade, dando origem a novas variantes que chegaram a infectar pessoas em outros países. Entre 2020 e 2021, a taxa de mortalidade por covid-19 na Maré foi entre 10% e 16%, o que é quase o dobro da observada na cidade do Rio de Janeiro.

A pesquisa, intitulada A circulação viral em favelas tem impacto global?, conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que linhagens da variante Gamma, originárias da Maré, estão associadas a casos no Brasil, Estados Unidos e Suíça. Também foi identificado que cepas da variante Delta, surgidas na comunidade, infectaram pessoas em outros estados brasileiros, além de Estados Unidos, Índia, África do Sul, China e Suíça. Além disso, mutações da variante Ômicron, também encontradas na Maré, foram ancestrais de casos registrados no Brasil e na América Latina.

Os pesquisadores analisaram amostras de cerca de 500 moradores infectados pela covid-19 para compreender o impacto da circulação viral no local.

Ambiente favorece a mutação viral

Thiago Moreno Souza, um dos principais autores do estudo, explica que as condições estruturais das favelas criam um ambiente propício para a replicação e mutação dos vírus respiratórios. Segundo ele, fatores como moradias precárias e a falta de infraestrutura básica contribuem para a rápida transmissão e dispersão do vírus, o que transforma essas áreas em focos capazes de propagar as infecções para além das comunidades.

Ele ainda ressalta que muitas favelas estão situadas em regiões urbanas centrais de grandes cidades, o que facilita a disseminação de patógenos para outras áreas. O estudo sugere que essas regiões devem ser prioritárias para a alocação de recursos e esforços de saúde pública, como preparação para o enfrentamento de futuras epidemias ou pandemias.

Infraestrutura nas favelas é essencial para a saúde pública

Os pesquisadores defendem a melhoria da infraestrutura nas favelas, destacando que o acesso a serviços básicos como água limpa, saneamento e assistência médica é essencial para a saúde pública e para a resiliência em situações de crise. O artigo, publicado na revista Frontiers in Microbiology, conta com a colaboração de cientistas da Fiocruz, Universidade Federal Fluminense (UFF), Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Estudos demográficos indicam que, até 2050, mais de um terço da população mundial viverá em favelas. No Brasil, cerca de 8% da população já habita essas áreas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso, os pesquisadores enfatizam a importância de entender a dinâmica de doenças infecciosas nessas regiões, que frequentemente apresentam taxas mais altas de infecção em comparação com outras áreas urbanas.

Com informações Agência Brasil

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