Segundo o ex-governador, 90% do partido em MS não concorda com a aproximação da ministra ao PT
Cotada para ser a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Senado Federal em Mato Grosso do Sul, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), não terá espaço na própria legenda. Em entrevista ao Campo Grande News na manhã desta sexta-feira (4), o ex-governador André Puccinelli (MDB) disse que para seguir este plano, a emedebista deverá sair do partido.
“Se ela quer ser candidata ao Senado, é um direito que ela tem, mas ela se filia ao partido do Lula e sai com o Lula. Se ela quiser continuar apoiando Lula, só se for em outro partido que não é o MDB”, disse Puccinelli. O ex-governador lembra que o Partido dos Trabalhadores é um rival histórico do MDB nas disputas em Mato Grosso do Sul. “O PT não nos tolera, o PT nos detesta”, completou.
Puccinelli apontou que a maioria dos emedebistas sul-mato-grossense não concordam com a aproximação de Simone ao governo petista. “90% do partido no Estado não quer ela como candidata ao senado pelo MDB apoiando o Lula. Para que ela possa ser candidata pelo MDB, ela tem que sair do Governo Federal, dar declaração pública dizendo que se enganou, não estava com o Lula, aí quem sabe, no lançamento das candidaturas que é feito pelo diretório estadual, aí ela consiga ter a vaga de senado, senão não”, defendeu.
Desde que assumiu o ministério integrando o Governo Lula, Tebet perdeu força interna. Lideranças da sigla no estado apontam que a aliança com o governo federal tornou Tebet distante da base tradicional do partido no estado. O partido ainda sinaliza que em Mato Grosso do Sul não pedirá votos para Simone e Lula em 2026.
Em agenda no mês passado, Simone disse que esse assunto será discutido a partir do segundo semestre deste ano. “Não tem conversa. Acho que essas conversas têm que acontecer um ano antes da eleição. Então vamos aguardar até outubro e ver os acontecimentos. Sou ministra do Planejamento e Orçamento e se precisar ficar até 31 de dezembro de 2026 como ministra, se isso for bom para Mato Grosso do Sul, também vou ficar”. Ela ainda reforçou que não disputaria eleição em outro estado.
O secretário de Estado da Casa Civil, Eduardo Rocha (MDB), esposo da ministra, apontou que o casal não pensa em trocar de legenda. Ambos esperam a conclusão das federações para definir o futuro político.
Fonte: Campo Grande News