Geral – 12/11/2012 – 17:11
A edição outono-inverno 2013 do Fashion Rio foi das mais irrelevantes em termos de desfiles. Por outro lado, o circuito de encontros empresariais e de tendências nunca esteve tão movimentado. Sinal de que mudanças virão, para o bem do evento.
Numa das reuniões organizadas pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Antonio Haslauer, consultor brasileiro radicado em Nova York, tocou num assunto central para as marcas nacionais que querem o mercado externo.
“O problema das marcas nacionais é que muitas delas são grandes lojas. Oferecem uma gama imensa de produtos, sem foco. Também falta continuidade. Os compradores de fora procuram uma identidade continuada”, diz o consultor, que trabalhou neste ano com a loja americana Macy’s para o projeto “Brasil: a Magical Journey”.
O assunto é importante porque nos próximos anos, com as mudanças de calendário que colocam as semanas de moda brasileiras no mesmo período das internacionais, e a proximidade de grandes eventos esportivos, o Brasil e suas imagens de moda estarão mais no holofote do que nunca.
De abril a junho de 2013, a centenária multimarcas Le Bon Marché irá promover a moda brasileira, por meio de um projeto com a Apex-Brasil, agência brasileira de promoção de exportações.
Entre as ações do projeto “Le Brésil Rive Gauche” está a venda de marcas nacionais no endereço parisiense. A lista de grifes não está fechada, mas a Folha apurou que Reinaldo Lourenço é uma delas.
“A questão é o que mostrar. Tomo como exemplo a Itália, que assumiu o estilo ‘periguete’ das mulheres de lá. Marcas como Cavalli e Versace fizeram dessa estética sexy um grande negócio. Por que as marcas daqui ainda não estudaram formas de exportar o estilo ‘periguete brasileira’? Não precisa ter conotação vulgar, poderia ser um grande negócio”, diz Haslauer.
Editoria de Arte/Folhapress
Outono/Inverno no Fashion Rio
Já Angela Hirata, consultora responsável pela internacionalização da Havaianas, aponta a importância de estratégias localizadas.
“O primeiro passo é encontrar representantes em cada país para cada nova operação. É preciso respeitar as barreiras culturais e adaptar-se a elas”, afirma.
Em outro encontro, esse mediado por Paulo Borges, diretor da São Paulo Fashion Week e do Fashion Rio, lojistas da feira de negócios Rio-à-Porter ouviam discussões sobre o mesmo tema.
Oskar Metsavaht, da Osklen, e Marcelo Castelão, dono da tecelagem de luxo La Estampa, falaram de planejamento para o mercado interno e também para o mercado estrangeiro.
“É importante evoluir no planejamento de prazos e entregas ao mesmo tempo em que se investe para construir uma grife, um DNA completo de marca”, diz o dono da Osklen, comprada pelo grupo Alpargatas e considerada a grande aposta para divulgar o luxo brasileiro na Europa nos próximos anos.
Apesar de a organização do evento negar, fontes ouvidas pela Folha afirmam que o próximo passo da Luminosidade para alavancar a imagem do Rio é a volta do evento Rio Summer.
Fonte: Da Folha de São Paulo