Geral – 09/02/2012 – 14:02
O ex-presidente da Casa da Moeda cobrou, por meio de um procurador, pagamentos para uma empresa no exterior que é acusada de ser ligada a esquema de corrupção na estatal, informa reportagem de José Ernesto Credendio, Andreza Matais e Natuza Nery, publicada na Folha desta quinta-feira (a íntegra está disponível assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A cobrança, à qual a Folha teve acesso, contraria versão de Luiz Felipe Denucci de que nunca movimentou dinheiro por meio dessa empresa, embora admita a sua existência.
O advogado Jorge Gaviria afirmou que não comentaria o documento por questões de confidencialidade.
Ontem, o governo conseguiu evitar, mais uma vez, a aprovação de um requerimento que pedia a presença do ministro Guido Mantega (Fazenda) no Congresso.
Dessa vez foi na Comissão Mista do Orçamento, que não obteve número suficiente de deputados e senadores para abrir a sessão.
O convite ao ministro para que ele fale sobre a crise econômica internacional já está protocolado na comissão desde o ano passado. A próxima sessão desta comissão, quando o requerimento pode entrar na pauta, só deve ocorrer na semana que vem.
O temor da base aliada, no entanto, é que se o documento fosse aprovado, a oposição aproveitasse para perguntar sobre a troca de comando na Casa da Moeda.
Conforme revelou a Folha, a demissão de Denucci da Casa da Moeda aconteceu após o governo descobrir que o jornal preparava reportagem sobre “offshores” que Denucci e integrantes de sua família mantinham no exterior. A Folha também revelou que Mantega foi informado sobre as suspeitas de irregularidades há alguns meses.
A indicação de Denucci para o cargo também é controversa. Mantega diz que os padrinhos do ex-titular da Casa da Moeda são deputados do PTB. Já o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, diz que o partido apenas chancelou a indicação feita pelo ministro.
Fonte: Folha


