Policial – 16/03/2012 – 17:03
O porteiro João Felix, de 35 anos, afirmou na manhã desta sexta-feira (16) que se jogou sobre o filho João Gabriel da Silva, de 9 anos, quando começaram os disparos que mataram o garoto na tarde desta quinta (15) em São Paulo.
O menino foi atingido por vários disparos na região do Grajaú, na Zona Sul, enquanto aguardava a perua escolar em um ponto de ônibus próximo de casa.
Um carro escoltava um caminhão quando um outro veículo fez a abordagem por volta das 13h desta quinta.
Os criminosos desceram do veículo e começaram a atirar no veículo da escolta.
Um dos seguranças que estava no carro morreu e outro ficou ferido.
Os outros disparos atingiram o estudante.
“Logo que o Monza estacionou, veio um carro com mais ou menos umas cinco pessoas bem armadas e já foi atirando.
Meu menino estava mesmo de frente e tomou todos os tiros.
Ele levou uma rajada de balas”, afirmou Felix ao chegar ao Instituto Médico-Legal (IML) na Zona Sul da capital nesta manhã.
“Eu falei para ele: ‘Filho, cai no chão, filho’.
Eu vi ele agachando.
Eu atravessei no meio da chuva de balas.
Pulei em cima dele e saí rolando.
Eu me machuquei todo também. Infelizmente, quando vi ele já estava morto nos meus braços”, contou o pai.
Ele teve escoriações, mas não foi atingido por nenhum disparo.
A mãe do menino, Marta Adriana da Silva Lima, de 37 anos, que estava em casa na hora do crime, ouviu os disparos e foi até o ponto de ônibus.
“Quando cheguei lá, ele já estava no colo do meu marido, morrendo.
Ele só abriu o olho, olhou para mim, fechou o olho e não falou mais nada.
Eu não consigo pensar em outra coisa”, disse.
O pai acredita que o tiroteio tenha durado cerca de três minutos.
O porteiro não conteve as lágrimas ao falar do filho.
“Era uma criança que tinha o sonho de ser biólogo.
Na noite anterior ficou até uma da manhã assistindo um filme para fazer um trabalho. Passou a manhã inteira estudando.
Quando vou levar para a escola acontece isso.”
“Até quando vão matar criança e pessoas inocentes para que as autoridades tomem uma providência?”, indagou o porteiro.
O segurança baleado teve alta do hospital, segundo informou o SPTV.
Fonte: G1 / (Foto: Letícia Macedo/G1)