De dentro dos presídios, os altos gestores do crime continuavam dando ordens sobre o tráfico de drogas e armas.
25/08/2020 08h30
Por: Julia Vasquez
MATO GROSSO DO SUL – Policiais federais cumprem hoje (25) 27 mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão contra acusados de integrar facção criminosa que atua em vários estados, entre eles, o Mato Grosso do Sul.
O objetivo da Operação Expurgo é evitar que o grupo, que é a principal facção de São Paulo, se consolide no Rio de Janeiro, uma vez que já possuem células na capital carioca.
A Polícia Federal cumpre três mandados de prisão preventiva em Mato Grosso do Sul na manhã desta terça-feira (25). Os cumprimentos são feitos em Campo Grande, Dourados e Ponta Porã, contra integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que tentavam expandir a facção até o Rio de Janeiro (RJ).
De acordo com a Polícia Federal (PF), investigações iniciadas em dezembro de 2018 mostraram que os líderes dessa facção tinham um plano de se expandir para o estado do Rio, através de alianças com grupos criminosos.
Conforme as primeiras informações da PF, são alvos da Operação Expurgo integrantes do PCC que atuam como lideranças da facção. Além disso, eles agiam principalmente de dentro dos presídios e tentavam inclusive uma aproximação com outras facções já atuantes na capital carioca.
O grupo já atua no Rio, mas a polícia quer evitar que ele se estabeleça de vez no estado.
Com isso eles replicavam ordens e tomavam decisões, a exemplo dos chamados “salves” dados pela cúpula da organização.
Muitas das lideranças já estão presas e continuam controlando as atividades criminosas de dentro de presídios do Rio e de outros estados, com o uso de aplicativos.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Bangu, no Rio de Janeiro, e estão sendo cumpridos em seis estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul.
Os presos estão sendo investigados por participação em organização criminosa e tráfico de drogas e armas.
Também foi identificado que a comunicação do PCC era facilitada pelo uso de aplicativos e orientava a divisão de tarefas. Isso permitia a definição de atividades diárias, a realização de debates e a tomada de decisão. Bem como a difusão de diretrizes a serem adotadas pelos membros e o monitoramento das atividades das forças de segurança estaduais.
Além do crime de integrar organização criminosa, os presos serão autuados pelos crimes de tráfico de drogas e armas. O nome da Operação faz referência ao movimento da Polícia Federal de desfazer a estrutura da organização criminosa, evitando a sua expansão e domínio no estado do Rio de Janeiro.
Matéria com informações da Agência Brasil e do Mídiamax.
