Um malote de documentos teria sido retirado da residência de um veterinário, no bairro Vila Nova
18/08/2020 12h43
Por: Deyvid Santos
TRÊS LAGOAS (MS) – Uma ação da Polícia Federal (PF) no município de Três Lagoas (MS) conduziu um veterinário para a delegacia na manhã desta terça-feira (18). Segundo informações da Polícia Federal o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência do homem, localizada no bairro Vila Nova, faz parte da Operação Além-Mar, desencadeada em mais 11 estados e no Distrito Federal para desarticular quadrilha de tráfico internacional de drogas.
Segundo informações, um malote de documentos teria sido retirado do local e o homem foi conduzido até a Delegacia da Polícia Federal que fica no município. Não existe, no entanto, informações sobre o alvo das buscas da ação realizada em Três Lagoas (MS).
A Polícia Federal confirmou à reportagem que ação realizada na manhã de hoje no município faz parte da Operação Além-Mar, que cumpre mandados de busca e apreensão em 11 estados brasileiros contra o tráfico de drogas, incluindo Mato Grosso do Sul. Ao todo, no Brasil, estão sendo cumpridos 189 mandados e o sequestro de aviões, helicópteros, caminhões e imóveis e bloqueio de R$ 100 milhões.
Segundo informações do site Campo Grande News, a operação foi desencadeada a partir de investigação da PF de Pernambuco. A assessoria da PF não informou em quais outros municípios de MS estão sendo cumpridos os mandados, apenas informou que são 11 de busca e apreensão e 3 de prisão. No total, são 139 de busca e 50 de prisão em 12 estados (AL, BA, CE, GO, MS, PA, PB, PE, PR, RN, SC, SP), além do Distrito Federal. Participam da ação aproximadamente 630 policiais federais.
Foi determinado, ainda, pela Justiça Federal de Pernambuco, o sequestro de aviões (7), helicópteros (5), caminhões (42) e imóveis (35) urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.
Mato Grosso do Sul fazia parte de uma das quatro organizações criminosas autônomas, que atuavam em conexão, viabilizando o esquema de tráfico internacional. Esta célula era comandada em São Paulo, que trazia cocaína pela fronteira com o Paraguai e, posteriormente, por via aérea, distribuindo no atacado para grupos de narcotraficantes estabelecidos no Brasil e Europa.
A segunda organização era comandada por criminosos em Campinas, parceira da anterior, que recebe a cocaína transportada pela fronteira com Paraguai para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.
A terceira, estabelecida em Recife (PE), é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.
A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).



