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quinta-feira, 16 de outubro, 2025

Operação Alquimia fiscaliza fábricas clandestinas de bebidas em MS

Ação apura uso ilegal de metanol na produção de bebidas alcoólicas que já teria causado mortes no país

Locais suspeitos de funcionarem como fábricas clandestinas e usinas ilegais de bebidas alcoólicas foram fiscalizados nesta quinta-feira (16) durante a Operação Alquimia, deflagrada por órgãos federais. Em Mato Grosso do Sul, as ações se concentram em Campo Grande, Dourados e Caarapó, com o objetivo de identificar a origem de substâncias utilizadas na produção irregular.

A operação é conduzida pela Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

INVESTIGAÇÃO

A ação apura uma possível cadeia de falsificação de bebidas alcoólicas com metanol, substância altamente tóxica que já teria causado intoxicações e mortes em diferentes regiões do Brasil.

As equipes recolhem amostras e elementos de prova em 24 empresas, incluindo usinas, destilarias, empresas químicas, terminais marítimos, importadores e distribuidoras de metanol.

O material será analisado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília, que fará o cruzamento de dados com laudos anteriores.

DESDOBRAMENTO

A Operação Alquimia é um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que revelaram um esquema de adulteração de combustíveis com metanol.

Há indícios de que o mesmo metanol usado para adulterar gasolina esteja sendo desviado para fabricação clandestina de bebidas alcoólicas, criando uma rede de irregularidades com alto risco à saúde pública.

ALVOS

As empresas investigadas foram selecionadas com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde sua importação até o possível desvio para usos ilícitos.

Entre os alvos estão:

  • Importadores: responsáveis pela entrada do metanol no país;
  • Terminais marítimos: onde o metanol é armazenado antes da distribuição;
  • Empresas químicas: que revendem ou utilizam o produto;
  • Destilarias: que teriam adquirido metanol por meio de fraudes documentais;
  • Usinas de etanol: fiscalizadas por atuarem em pontos-chave da cadeia.

SAÚDE

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o metanol em bebidas alcoólicas deve estar presente em níveis inferiores a 0,1%. Mesmo o limite de 0,5% permitido em combustíveis já representa risco severo à saúde humana.

Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde investiga quatro casos de intoxicação por metanol. As vítimas apresentaram sintomas após consumir bebidas supostamente adulteradas. No Brasil, o Ministério da Saúde já confirmou oito mortes, sendo seis em São Paulo e duas em Pernambuco.

IMPACTO

De acordo com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), práticas como adulteração, falsificação, contrabando e produção clandestina de bebidas geram um prejuízo estimado em R$ 85,2 bilhões ao setor, além de grande evasão fiscal.

CIDADES

As coletas ocorrem em 24 empresas localizadas em 21 municípios distribuídos por seis estados:

  • Mato Grosso do Sul: Caarapó, Campo Grande e Dourados
  • Mato Grosso: Várzea Grande
  • Paraná: Araucária, Colombo e Paranaguá
  • Santa Catarina: Cocal do Sul
  • São Paulo: Araçariguama, Arujá, Avaré, Cerqueira César, Cotia, Guarulhos, Jandira, Laranjal Paulista, Limeira, Morro Agudo, Palmital, Sumaré e Suzano

Com informações Campo Grande News

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