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OIM: Migração na América do Sul deve superar saída para Europa e EUA

Geral – 20/03/2012 – 14:03

Na última década, 700 mil sul-americanos se mudaram para país da própria região

O diretor da Organização Internacional de Migração (OIM) para América do Sul, o uruguaio Juan Artola, disse que existe hoje uma tendência a maior migração regional e, ao mesmo tempo, tendência ao menor fluxo de emigrantes sul-americanos para os países da Europa e dos Estados Unidos.

  • É uma tendência que ocorre por um conjunto de fatores, que inclui maiores oportunidades na América do Sul num momento em que ficou mais difícil conseguir trabalho e a chance de imigrar para a Europa e para os Estados Unidos.

Segundo ele, nos últimos anos aumentou a migração intra-regional na Argentina, Brasil e, em certa medida, também no Chile e no Uruguai.

Todos absorveram mão-de-obra regional, de acordo com o diretor da OIM.

Artola observou que o crescimento econômico registrado na última década nos países da América do Sul e a facilitação para conseguir documentos de residência contribuíram para esta migração intra-regional.

  • Essa imigração intra-regional é um fato inédito nos últimos 30 ou 40 anos, mas coincide com o crescimento econômico e o impulso do processo de integração do Mercosul e da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração).

Menos burocracia

O diretor da OIM lembrou que nos últimos anos os trâmites burocráticos para um imigrante se estabelecer no país vizinho foram simplificados a partir de acordos do Mercosul e da Aladi.

  • Estes fatores, somados ao problema do emprego na União Europeia e nos Estados Unidos, fizeram com que muitos imigrantes preferissem um país da região. Seja pela oportunidade ou pela distância.

Para ele, apesar da desaceleração de algumas economias regionais em 2011 e a perspectiva deste ritmo continuar em 2012, este fluxo de migração intra-regional não deverá ser afetado.

  • Não percebemos que esta tendência vai diminuir. Ao contrário”, disse.

Jovens

Nos últimos dez anos, cerca de 700 mil sul-americanos migraram para um país da própria região. Deste total, 500 mil mudaram-se para a Argentina na última década.

  • Meio milhão de paraguaios, bolivianos e peruanos chegaram à Argentina em busca de oportunidades. Hoje, a população total de imigrantes representa aproximadamente 4,5% da população nacional argentina.

Estima-se que a maioria tenha idades entre 20 e 35 anos. No caso de Buenos Aires, a maior presença de imigrantes sul-americanos é observada nos trabalhos nos salões de cabeleireiro, nos supermercados e nas universidades públicas do país, por exemplo.

No Brasil, disse Artola, ocorre a mesma tendência a maior presença de imigrantes sul-americanos, mas em menor escala.

  • Não pelo idioma (português), mas pela distância. Esta imigração poderia ser maior em São Paulo se não fosse a distância (para os países vizinhos).

Estima-se que o Brasil tenha registrado nos últimos anos a chegada de 75 mil imigrantes.

  • O Brasil vai continuar recebendo imigrantes da região, de outros países e continentes. Os brasileiros, filhos de japoneses, que tinham ido para o Japão estão voltando. Espanhóis e africanos procuram oportunidades no Brasil e na Argentina. Mas, no caso do Brasil, que tem quase 200 milhões de habitantes, esta proporção é menor em comparação aos outros países da região.

Ele entende que a proporção de espanhóis e de africanos ainda é pequena e ainda não foi estimada numericamente.

Uruguai, retorno

Na sua visão, os países da região estão podendo absorver a mão-de-obra que chega dos países vizinhos tanto em obras como em trabalhos domésticos, entre outros setores.

  • No Uruguai, os peruanos trabalham na pesca e paraguaios e bolivianos muitas vezes em empregos domésticos.

Recentemente, autoridades uruguaias do governo do presidente José “Pepe” Mujica discutiram sobre a necessidade de estimular a imigração para tentar “povoar” o país, onde vivem cerca de três milhões de habitantes.

O diretor regional da OIM disse que vem sendo observado ainda o retorno aos seus países de habitantes que estavam na Europa ou Estados Unidos.

  • Dez mil uruguaios retornaram ao Uruguai nos últimos dois anos. É um número alto na proporção total dos habitantes do país.

No Chile, apesar da rivalidade histórica entre os dois países, é detectada quantidade crescente de peruanos trabalhando em diferentes setores.

  • Em muitos dos países da região, como Uruguai e Chile, a taxa de natalidade caiu, e a imigração chega em bom momento.

Artola antecipou à BBC Brasil que os dados completos da migração intra-regional serão divulgados pela OIM em abril.

Fonte: R7

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