Geral – 06/02/2012 – 22:02
Imagine-se presidente da República. Você tem que nomear um ministro. Alguém – ou um partido – lhe indica um nome.
Se você nada tem contra o candidato, o que faz? Você tem 10 segundos para responder à pergunta.
(10,9,8,7.6.5.4.3.2.1.0)
Acabou o tempo. Se respondeu “procuraria informações sobre o candidato” você acertou.
Na semana passada, Dilma nomeou ministro das Cidades o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) em substituição a Mário Negromonte. De Negromonte se disse que era autor de malfeitos cabeludos. De Aguinaldo se diz que é um político habilidoso. Como líder do PP na Câmara, manteve o partido unido e fiel ao governo. Fez, portanto, por merecer o cargo.
Aí a Folha de S. Paulo despachou para João Pessoa os repórteres Breno Costa e Silvio Navarro. E os dois descobriram uma história que deixa mal Aguinaldo. Se a conhecia e não a levou em conta, o governo fica mal também. Se a desconhecia, fica pior. Como a presidente recruta um auxiliar sem mandar pesquisar antes a vida dele?
Aguinaldo escondeu da Justiça Eleitoral nas últimas eleições o fato de ser dono de quatro empresas. “Duas delas têm atuação na área da construção civil e incorporação de imóveis, atividades ligadas ao ministério que ele comandará oficialmente a partir de amanhã” [hoje], publicou a Folha.
“A Justiça Eleitoral obriga os políticos a declarar seus bens e participações em empresas quando formalizam suas candidaturas, mas omitir bens não é crime. A normal visa garantir a transparência dos candidatos a cargos públicos.”
Quer dizer: é transparente quem quer – e Aguinaldo não quis. Por que? Sei lá. Responde, Aguinaldo! Ofereça uma desculpa qualquer. O governo se encarregará de blindá-lo em seguida. Sem problema. Dilma é dura o suficiente para não pedir desculpas por nada.
Se não puder segurar o ministro traquina, ela o demite e ainda reforça sua imagem de “faxineira ética”.
Fonte: Blog do Ricardo Noblat


