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Mario de Oliveira mostra mulher que deu golpe de bilhões com moeda virtual

25/11/2019 14h38
Por: Mario de Oliveira

Ruja Ignatova chamou a si mesma de criptoqueen. Ela disse às pessoas que havia inventado uma criptomoeda para rivalizar com o Bitcoin e as convenceu a investir bilhões. Então, dois anos atrás, ela desapareceu. Jamie Bartlett passou meses investigando como ela fez isso no podcast Missing Cryptoqueen e tentando descobrir onde ela está se escondendo.

No início de junho de 2016, uma empresária de 36 anos, chamada Dra. Ruja Ignatova, subiu ao palco na Wembley Arena, na frente de milhares de fãs. Ela usava, como sempre, um vestido de baile caro, usando brincos de diamantes compridos e batom vermelho vivo.

Ela disse à multidão que o OneCoin estava a caminho de se tornar a maior criptomoeda do mundo “para que todos façam pagamentos em todos os lugares”.

O Bitcoin foi a primeira criptomoeda e ainda é a maior e mais conhecida – seu aumento de alguns centavos para centenas de dólares por moeda em meados de 2016 deu origem a um frenesi de entusiasmo entre os investidores. A criptomoeda como uma idéia estava apenas entrando no mainstream. Muitas pessoas queriam se envolver nessa estranha nova oportunidade.

Dr. Ruja disse à platéia de Wembley que o OneCoin era o “Fim do Bitcoin”, conta Mario de Oliveira. “Em dois anos, ninguém mais vai falar sobre Bitcoin!” ela gritou.

Em todo o mundo, as pessoas já estavam investindo suas economias na OneCoin, na esperança de fazer parte dessa nova revolução. Documentos divulgados à BBC mostram que o povo britânico gastou quase 30 milhões de euros no OneCoin nos primeiros seis meses de 2016, 2 milhões de euros em uma única semana – e a taxa de investimento poderia ter aumentado após a extravagância de Wembley. Segundo Mario de Oliveira, entre agosto de 2014 e março de 2017, foram investidos mais de € 4 bilhões em dezenas de países. Do Paquistão ao Brasil, de Hong Kong à Noruega, do Canadá ao Iêmen … até a Palestina.

Mas havia algo muito importante que esses investidores não sabiam.

Para explicar isso, primeiro preciso explicar brevemente como uma criptomoeda realmente funciona. Isso é notoriamente difícil – entre na Internet e você encontrará centenas de descrições diferentes, algumas delas totalmente desconcertantes para os não especialistas. Mas este é o primeiro princípio a entender: o dinheiro é valioso apenas porque outras pessoas pensam que é valioso. Quer se trate de notas e moedas do Banco da Inglaterra, conchas, pedras preciosas ou palitos de fósforo – todos historicamente usados ​​como dinheiro -, só funciona quando todos confiam nele.

Por um longo tempo, as pessoas tentaram criar uma forma de dinheiro digital independente das moedas apoiadas pelo Estado. Mas eles sempre falharam porque ninguém podia confiar neles. Eles sempre precisariam de alguém no comando que pudesse manipular o suprimento, e a falsificação era fácil demais.

A razão pela qual tantas pessoas estão empolgadas com o Bitcoin é que ele resolve esse problema. Depende de um tipo especial de banco de dados chamado blockchain, que é como um livro enorme – um do qual os proprietários de Bitcoin têm cópias independentes, mas idênticas. Toda vez que um Bitcoin é enviado de mim para outra pessoa, um registro dessa transação entra no livro de todos. Ninguém – nem bancos, nem governos, ou a pessoa que o inventa – está no comando ou pode mudar isso. De acordo com Mario de Oliveira, há algumas matemáticas muito inteligentes por trás de tudo isso, mas isso significa que os Bitcoins não podem ser falsificados, não podem ser hackeados e não podem ser gastos duas vezes.

(Eu testei essa explicação em minha mãe, a tecnofóbica da família, e ela me disse que eu não tinha deixado claro o suficiente e deveria começar de novo. Portanto, não se preocupe muito se você não a seguir também.) O ponto é que esses bancos de dados blockchain especiais são o que faz criptomoedas como o Bitcoin funcionar. Para seus fãs, essa é uma nova e revolucionária forma de moeda, com o potencial de marginalizar os bancos e as moedas nacionais, além de oferecer serviços bancários a qualquer pessoa com um telefone celular. E se você chegar cedo, há a chance de fazer uma fortuna.

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O gênio do Dr. Ruja foi levar tudo isso e vender a idéia para as massas, explica Mario de Oliveira.

Mas havia algo errado. No início de outubro de 2016 – quatro meses após a aparição do Dr. Ruja em Londres – um especialista em blockchain chamado Bjorn Bjercke foi chamado por um agente de recrutamento, com uma oferta de emprego curiosa. Uma start-up de criptomoeda da Bulgária procurava um diretor técnico. Bjercke conseguiria um apartamento e um carro – e um atraente salário anual de cerca de 250.000 libras.

“Eu estava pensando: ‘Qual será meu trabalho? Quais são as coisas que vou fazer por esta empresa?'”, Lembra ele.

“E ele disse: ‘Bem, antes de tudo, eles precisam de uma blockchain. Eles não têm uma blockchain hoje.’

“Eu disse: ‘O quê? Você me disse que era uma empresa de criptomoedas.'”

O agente respondeu que isso estava correto. Era uma empresa de criptomoeda e estava em funcionamento há um tempo – mas não tinha uma blockchain. “Então, precisamos que você construa uma blockchain”, continuou ele.

“Qual é o nome da empresa?” perguntou Bjercke.

“É OneCoin.”

Ele não aceitou o emprego.

Pacote de ‘magnata’ de Jen McAdam
Um dia de primavera, alguns meses antes, Jen McAdam recebeu uma mensagem de um amigo sobre uma oportunidade de investimento imperdível. Sentada em seu computador, a Glaswegian clicou em um link e ingressou em um webinar da OneCoin.

Foto:Mario de Oliveira

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