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Caso Érica: suposto abuso sexual em criança foi a motivação para ser executada por liderança feminina do PCC

O assassintao de Érica Rodrigues foi elucidado após investigações que desencadearam a Operaçao Halloween, deflagrada na manhã desta quinta-feira (31), envolvendo o trabalho da Policia Civil do Mato Grosso do Sul e de São Paulo.

31/10/2019 17h49
Por: Julia Vasquez

TRÊS LAGOAS (MS) – Na manhã de hoje (31), a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, através do Setor de Investigações Gerais – SIG e 1º DP de Três Lagoas, deflagrou a Operação Halloween, uma literal caça às bruxas, que teve como objetivo cumprir 18 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão, mandados estes, relacionados à execução pelo PCC de Érica Rodrigues, de 29 anos, morta com mais de 40 facadas, na região da Cascalheira, no dia 3 de setembro de 2019.

Ao todo, 18 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão foram cumpridos em diversas cidades da região.

Ainda nesta manhã (31), a Policia Civil realizou uma coletiva de imprensa, onde deu detalhes sobre o caso, entre eles, a motivação do homicídio qualificado de Érica.

A morte de Érica foi um crime noticiado em diversas cidades do Estado de Mato Grosso do Sul e de São Paulo e, o motivo da brutalidade cometida pelos autores era ainda desconhecida.

Durante as investigações, apurou-se que a execução do homicídio qualificado de Érica Rodrigues foi orquestrada e executada por integrantes da ORCRIM PCC, pois de acordo com a polícia, Érica teria abusado sexualmente e filmado as práticas sexuais com uma menina de 8 anos de idade por aproximadamente um ano e, enviado o conteúdo pornográfico ao seu marido, preso na Penitenciária de Segurança Média, onde cumpre pena no semiaberto pelo crime de tráfico de drogas.

A execução de Érica Rodrigues, trouxe diversos desdobramentos à polícia, entre eles, a identificação de vários integrantes da organização criminosa PCC, indivíduos estes que tiveram participação no julgamento e execução da vítima, especialmente o setor feminino do PCC.

COMO ACONTECEU O TRIBUNAL DO CRIME

A execução de Érica Rodrigues aconteceu por conferência telefônica (radiação), com a participação de pessoas distribuídas em todo Estado do Mato Grosso do Sul, principalmente mulheres, com funções de comando dentro da facção criminosa, dentre elas: GERAL DO ESTADO DO MS, GERAL DA RUA DO MS, GERAL DA CIDADE DE TRÊS LAGOAS (masculino e feminino) e RESUMO DISCIPLINAR DA INTERNA.

Foram identificadas 19 pessoas envolvidas (13 integrantes da ORGCRIM PCC) no crime e, ao todo 18 mandados de prisão preventiva que foram cumpridos nesta quinta-feira (31).

Além da Polícia Civil de Três Lagoas, a operação contou com apoio da Polícia Militar, Polícia Federal e AGEPEN de Três Lagoas, Polícias Civis de Bataguassu, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Água Clara e Dracena/SP.

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Em Campo Grande, os mandados foram cumpridos pelas delegacias especializadas GARRAS, DERF, DEFURV e POLINTER.

Durante a manhã desta quinta-feria (31) foi realizada, uma varredura no presídio semiaberto de Três Lagoas com apoio da Polícia Militar de Três Lagoas (Força Tática), onde foram encontrados celulares e drogas. Em umas das celas foi identificado o responsável pela droga encontrada, razão pela qual está sendo autuado em flagrante delito no 3º DP.

Cabe mencionar que durante o trabalho desenvolvido para esclarecer o homicídio da Érica, apurou-se que boa parte das mulheres envolvidas no julgamento e execução do crime também estão envolvidas no homicídio ocorrido em 27 de agosto de 2019, em Corumbá (MS).

Há indícios de um outro Tribunal do Crime para julgar D. P. M. de 17 anos, pois segundo consta, tal jovem estava sendo acusada de ter simpatizado com a facção Comando Vermelho, inimiga do PCC.

Relembre o caso

Érica foi sequestrada e assassinada no último dia 03 de setembro. A Polícia Civil foi acionada sobre um cadáver encontrado na região conhecida como “cascalheira”, às margens do rio Sucuriú. Conforme familiares, na noite anterior ao crime, quatro pessoas, sendo dois homens e duas mulheres, ambos desconhecidos, estiveram em sua residência, utilizando um veículo, agarraram a vítima e a sequestraram.

Durante as investigações, foi descoberto que o corpo da vítima havia sido golpeado ao menos 40 vezes. Segundo o delegado responsável pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) Ailton Pereira, a vítima estava cumprindo pena em regime domiciliar e foi levada a força de casa por volta das 20h. A mulher ainda teria ligado para a mãe um tempo depois, dizendo que estava tudo bem e que logo voltaria para casa.

Das investigações

Durante a coletiva de imprensa, a Polícia Civil relatou que Érica enviava vídeos e fotos para seu marido, que estava cumprindo pena no semiaberto pelo crime de tráfico de drogas, contendo cenas de abuso com a criança de 8 anos.

As filmagens mostravam Érica cometendo os abusos sexuais e, acredita-se que ela já vinha praticando o crime por aproximadamente um ano.

O tio da criança, que também estava cumprindo pena, ao saber dos abusos através dos vídeos que Érica encaminhava para seu marido passou então, a arquitetar a vingança contra Érica, a pedido de familiares da criança , quando então, integrantes da facção PCC realizaram, um “Tribunal do Crime”, coordenado principalmente por mulheres.

A Operação Halloeen realizou até o momento, 19 mandados de prisão e 10 buscas e apreensão em cindo cidades do Estados, sendo estas: Três Lagoas, Nova Andradina, Campo Grande, Água Clara e Bataguassu.

Há algumas semanas, a Policia Civil do Estado de SãoPaulo jrealizou a prisão de uma das responsáveis pela execução de Érica: Adelice Aparecida Queiroz Honorato, conhecida, no mundo do crime como Maju ou Viúva Negra.

A vítima do Tribunal do Crime, Érica Rodrigues Ribeiro tinha 29 anos e cumpria pena por tráfico de drogas, no regime aberto.

PRIMEIRA PARTE DA INVESTIGAÇÃO

Durante as investigações, foi descoberto que o corpo da vítima havia sido golpeado ao menos 40 vezes. Segundo o delegado responsável pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) Ailton Pereira, a vítima estava cumprindo pena em regime domiciliar e foi levada a força de casa por volta das 20h. A mulher ainda teria ligado para a mãe um tempo depois, dizendo que estava tudo bem e que logo voltaria para casa.

PRIMEIRAS PRISÕES

Três pessoas foram presas um dia depois que o corpo foi encontrado, no dia 4 de setembro. Iniciadas as diligências para identificarem os autores do crime, uma ação conjunta entre o SIG e a Primeira Delegacia de Polícia (1ª DP) identificou e localizou quatro envolvidos. D. S. A., vulgo Magrelinho (22 anos); S. F. S., vulgo Platinada PCC (31 anos); e L. P. A., vulgo Atentadinho (22 anos) tiveram a prisão temporária decretadas pela 1ª Vara Criminal de Três Lagoas.

Os investigados negaram a prática do crime e, após cumprimento dos mandados de prisão preventiva, permaneceram à disposição da justiça. Uma terceira suspeita, de 33 anos, não foi localizada.

SEGUNDA PARTE DAS INVESTIGAÇÕES E NOVA PRISÃO

No dia 11 de setembro, em continuidade às investigações, os policiais chegaram até M. B. S. (30). Ele é acusado de ser o responsável pelo imóvel em que a vítima foi levada após o sequestro, na Vila Guanabara.

Os investigadores trabalham com a hipótese deste imóvel ser o local onde a aconteceu o “Tribunal do Crime”. A vítima teria sido morta nesta residência e posteriormente levada para a região conhecida como Cascalheira.

TERCEIRA FASE DAS INVESTIGAÇÕES E A PRISÃO DO MOTORISTA

Na data de 24 de setembro de 2019, em uma nova fase de investigações realizadas pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) de Três Lagoas (MS), um homem de 35 anos, identificado como A. F. S., vulgo Gordo, foi preso temporariamente acusado de ser o motorista do veículo que auxiliou no transporte do corpo de Érica até a Cascalheira.

As investigações apontaram que o veículo utilizado no crime foi um GM Vectra, de cor branca. O carro também foi apreendido pelos investigadores. Gordo foi preso quando chegava em sua residência, no bairro São João.

Ele também é irmão de outra envolvida no caso, S. F. S., vulgo Platinada PCC (31 anos), presa preventivamente desde 4 de setembro.

A PRISÃO DA VIÚVA NEGRA

Presa na cidade de Araçatuba (SP) na casa de um irmão. A mulher tentou se passar pela cunhada quando foi abordada pela polícia. A prisão aconteceu devido ao trabalho dos investigadores de Três Lagoas (MS) que descobriram o possível paradeiro de A. A. Q. H., vulgo Maju PCC, na cidade do interior paulista e compartilhamento de informações com os policiais daquela urbe. Ela foi abordada e ainda teria passado o nome da cunhada para tentar despistar os policiais, mas não teve êxito.

Com ela foram apreendidos um aparelho celular e R$ 300,00 e dinheiro. Na casa do irmão ainda foram encontrados 73 pinos de cocaína e 19 pinos vazios. O irmão não foi localizado. Também foi encontrada na residência uma caderneta com anotações referente ao PCC.

Ela disse aos policiais ser “batizada” na facção como “Viúva Negra”. Além de cumprido o mandado de prisão contra ela, a mulher deverá responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas.

A vítima do Tribunal do Crime, Érica Rodrigues Ribeiro tinha 29 anos e cumpria pena por tráfico de drogas, no regime aberto.

Na data do crime (3/9/2019), o corpo da vítima E.R.R. (29) foi encontrado por populares na Cascalheira. Foto: ArapuáMS.

Além da Polícia Civil de Três Lagoas, a operação contou com apoio da Polícia Militar, Polícia Federal e AGEPEN de Três Lagoas, Polícias Civis de Bataguassu, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Água Clara e Dracena/SP. Foto: Polícia Civil do MS.

Durante a manhã desta quinta-feria (31) foi realizada, uma varredura no presídio semiaberto de Três Lagoas com apoio da Polícia Militar de Três Lagoas (Força Tática),  onde foram encontrados celulares e drogas. Em umas das celas foi identificado o responsável pela droga encontrada, razão pela qual está sendo autuado em flagrante delito no 3º DP. Foto: Polícia Civil MS.

O corpo foi reconhecido como sendo de E.R.R. (29) tendo uma pena por tráfico de drogas cumprida. Foto: Rádio Caçula

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