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sábado, 21 de junho, 2025

Na década de 1930, Carmen Miranda cantou que o mundo ia se acabar. “Mas, não se acabou”

Vez ou outra, em meio a cenários de crise, a letra do sambista baiano Assis Valente é rememorada.

23/03/2020 19h27
Por: Julia Vasquez

SANTO AMARO (BA) – Um compositor baiano e o seu samba escrito com o título E O Mundo Não Se Acabou, na década de 1930, literalmente dizia: “Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar. Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar” dão a tônica ideal para o atual cenário de crise que a Covid-19 impõe ao mundo.

A pandemia, que teve início na China, no início de 2020 já matou mais de 10 mil pessoas. E, com esse desafio imposto à Organização Mundial de Saúde e às comunidades científicas, no controle e erradicação da doença, uma vez que a sua disseminação é rápida, impõe a todos um cenário de crise, de incerteza, de medo, desemprego, isolamento social, e de morte.

No entanto, ainda que tímido, um movimento contrário e de otimismo e resgate ao essencial e aos princípios também ganha força em meio ao caos.

As duas principais medidas de prevenção à doença são: manter a correta higiene das mãos e o isolamento social.

Para o brasileiro esse novo comportamento – de abster-se das rodas de família, do churrasco de fim de semana, do encontro entre amigos, abrir mão de cumprimentar com aperto de mão, abraços, beijos é antinatural.

Obrigadas a ficar em casa, em isolamento social para conter a disseminação do contágio da doença, as pessoas estão se reinventando. Ou seja: casais estão se redescobrindo, os filhos ganham a companhia e atenção dos pais, antes muitas vezes divida com a tecnologia, o noticiário, com o celular.

O mundo está (re) aprendendo a viver, com o essencial. Uma vida voltada à espiritualidade, ao trabalho, ao consumo consciente e à família e fortalecimento de vínculos voltou então, “na marra”, a fazer todo o sentido.

Nesta segunda (23) mais uma medida de enrentamento à Covid-19 foi anunciada em Três Lagoas (MS) pelo Comitê de Enfrentamento: o toque de recolher das 20h às 5h.

Vejam: até mesmo um direito fundamental, previsto na Constituição Federal de 1988, que é a liberdade, o direito de ir e vir foi parcialmente tolhido para a preservação de outro ainda mais fundametnal: o direito à vida.

E assim, nesse ritmo de “quase guerra”, os Poderes vão tomando decisões diárias e a população vai fazendo novas escolhas que, dialogam com a segunda estrofe do samba.

Vejamos: “Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar. Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar. E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada. Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada. Acreditei nessa conversa mole. Pensei que o mundo ia se acabar. E fui tratando de me despedir.E sem demora fui tratando de aproveitar

Há ainda, neste cenário de crise da Covid-19, aqueles que conjecturam sobre o novo coronavírus. Afirmam ser uma doença inventada, uma conspiração para o desequilíbrio da Economia mundial, para o favorecimento de alguns países, como a China. No entanto, são apenas especulações.

O que sabemos, neste momento é apenas sobre a preservação da vida, através dos protocolos oficiais da Saúde Pública e de algumas incertezas anunciadas pelo Ministério da Economia: estado de calamiade pública, cupom de R$200,00 para os trabalhadores informais, ajuda de custo para micro empresários manterem os empregos e seus empreendimentos, entre outros.

Mas, o mundo não vai acabar, como no samba. E, no entanto, o quê/quem vai sobrar?

CONHEÇA A LETRA, NA ÍNTEGRA

E O Mundo Não Se Acabou (Letra: Assis Valente / Interpretação: Carmen Miranda)

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar

Beijei na boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
E o tal do mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de quinhentão
Agora eu soube que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
Ih, vai ter barulho e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro nem se fez batucada

Vez ou outra, em meio a cenários de crise, a letra do sambista baiano Assis Valente é rememorada. Foto: Divulgação.

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