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sexta-feira, 19 de setembro, 2025

MS perde 49 mil hectares de milho por problemas climáticos

Apesar de perdas com geadas e ventos, colheita da segunda safra deve bater recorde em produtividade

Clima adverso derrubou 49 mil hectares de milho da 2ª safra em Mato Grosso do Sul entre junho e agosto de 2025. O boletim da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), divulgado nesta quinta-feira (18), aponta que geadas, ventanias e seca causaram perdas de até 40% da produção em áreas atingidas.

Apesar dos danos, a previsão indica colheita recorde de 14,2 milhões de toneladas, com produtividade estimada em 112,7 sacas por hectare.

Geadas registradas em junho atingiram 35 mil hectares, principalmente nas regiões central e sul do Estado, e comprometeram de 10% a 30% da colheita local. No fim de julho, ventos fortes provocaram o tombamento de 14 mil hectares, com prejuízos que chegaram a 40% da produção. Em agosto, a situação se agravou com chuvas abaixo da média em 43 dos 55 pontos de monitoramento, enquanto apenas 12 registraram volume superior ao histórico.

Mesmo com as perdas, o levantamento mostra que 98,5% da área cultivada já havia sido colhida até 12 de setembro. A colheita avançou mais rápido nas regiões norte e centro, onde o índice ultrapassou 99%. Técnicos atribuem a recuperação ao bom volume de chuvas em abril, que beneficiou lavouras em fase de desenvolvimento e garantiu o resultado recorde mesmo com os danos posteriores.

O boletim também aponta mudanças estruturais no perfil da safrinha. Hoje o milho ocupa 46% da área da soja, proporção bem menor que os 75% registrados em anos anteriores. O recuo está ligado ao custo elevado de produção e aos riscos climáticos, que levam produtores a diversificar a segunda safra com outras culturas. Essa mudança reforça a vulnerabilidade da atividade diante de eventos climáticos extremos.

Para os próximos meses, a previsão climática indica chuvas irregulares e temperaturas acima da média em Mato Grosso do Sul. Há ainda 71% de probabilidade de ocorrência de La Niña no trimestre de outubro a dezembro, o que pode acentuar a instabilidade.

Fonte: Campo Grande News

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Exportações de alimentos caem US$ 300 milhões em agosto, aponta ABIA

A balança comercial da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) registrou uma queda de US$ 300 milhões nas exportações de alimentos industrializados em agosto, o que representa uma retração de 4,8% em relação a julho. No total, o setor exportou US$ 5,9 bilhões no mês. O principal fator para a queda foi a redução nas compras dos Estados Unidos, que importaram US$ 332,7 milhões em agosto — queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% na comparação com agosto de 2024. TARIFA Segundo a ABIA, o resultado reflete a nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros, além da antecipação de embarques em julho, antes da entrada em vigor da medida. Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil. Os produtos mais afetados foram: Açúcares: queda de 69,5% Proteínas animais: recuo de 45,8% Preparações alimentícias: baixa de 37,5% INFLEXÃO “O desempenho das exportações nos dois últimos meses evidencia uma inflexão clara: o crescimento expressivo de julho foi seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, afirmou João Dornellas, presidente executivo da ABIA. Segundo Dornellas, a retração indica a necessidade de o Brasil diversificar seus parceiros comerciais e ampliar sua capacidade de negociação. MÉXICO Com a queda nas exportações aos EUA, o México despontou como um dos mercados em ascensão. As exportações para o país cresceram 43% em agosto, totalizando US$ 221,15 milhões — cerca de 3,8% do total. O principal produto comprado pelos mexicanos foram proteínas animais. “O avanço do México, que coincide com a retração das vendas aos Estados Unidos, indica um possível redirecionamento de fluxos e a abertura de novas rotas comerciais, movimento que ainda requer monitoramento para identificar se terá caráter estrutural ou apenas conjuntural”, afirmou a ABIA. IMPACTO A projeção da entidade é de que os impactos da tarifa norte-americana se intensifiquem no acumulado de 2025. Entre agosto e dezembro, a estimativa é de uma retração de 80% nas vendas para os EUA dos produtos atingidos pela tarifa, com perda acumulada de US$ 1,351 bilhão. CHINA A China manteve a liderança entre os compradores de alimentos industrializados brasileiros, com importações de US$ 1,32 bilhão em agosto — alta de 10,9% sobre julho e de 51% em relação ao mesmo mês de 2024. O país asiático respondeu por 22,4% das exportações do setor no mês. OUTROS Outros mercados apresentaram desempenho negativo: Liga Árabe: queda de 5,2%, com US$ 838,4 milhões importados União Europeia: retração de 14,8% sobre julho e de 24,6% na comparação com agosto de 2024, com compras de US$ 657 milhões No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações do setor somaram US$ 36,44 bilhões, uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024. A principal causa foi a menor produção de açúcar durante a entressafra. SUCO Um dos poucos segmentos que registrou crescimento foi a indústria de suco de laranja, que não foi afetada pelas tarifas. Em agosto, o setor teve alta de 6,8% em relação a agosto de 2024, embora tenha recuado 11% frente a julho por causa da antecipação de embarques. EMPREGO A indústria de alimentos fechou julho com 2,114 milhões de empregos formais e diretos. No comparativo interanual, o setor criou 67,1 mil novas vagas entre julho de 2024 e julho de 2025, o que representa crescimento de 3,3%. Somente em 2025, foram abertos 39,7 mil postos diretos e outros 159 mil na cadeia produtiva, incluindo agricultura, pecuária, embalagens, máquinas e equipamentos.