Boletim Focus aponta expectativa de IPCA em 4,55% para 2025 e mantém estimativa de taxa Selic em 15% até o fim do ano
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, passou de 4,56% para 4,55% este ano.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3) no boletim Focus, pesquisa semanal publicada pelo Banco Central (BC) em Brasília com projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção da inflação permaneceu em 4,2%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.
Mesmo com a leve redução, a estimativa para este ano ainda está acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o limite superior é de 4,5%.
Em setembro, o IPCA subiu 0,48%, influenciado principalmente pelo aumento na conta de luz. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 5,17%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
JUROS
Para conter a inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
De acordo com a ata da última reunião, realizada em setembro, o colegiado pretende manter a taxa em patamar elevado “por período bastante prolongado”, até que o índice de preços convirja para a meta.
O Copom volta a se reunir nos dias 4 e 5 de novembro para reavaliar a taxa. Analistas do mercado projetam que a Selic encerre 2025 ainda em 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é de queda para 12,25%. Em 2027 e 2028, a taxa deve recuar para 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom eleva os juros, a intenção é reduzir a demanda e conter a inflação, já que o crédito se torna mais caro e o consumo desacelera. No entanto, juros mais altos também limitam a expansão econômica. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais barato, estimulando o consumo e a produção.
CRESCIMENTO
Nesta edição do boletim Focus, as instituições financeiras mantiveram a projeção de crescimento da economia brasileira em 2,16% para este ano. Para 2026, a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de 1,78%.
Para 2027 e 2028, o mercado estima expansão de 1,9% e 2%, respectivamente. O resultado reflete a continuidade de um ritmo moderado de crescimento, impulsionado especialmente pelos setores de serviços e indústria.
No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de avanço e o melhor resultado desde 2021, quando o crescimento atingiu 4,8%.
CÂMBIO
A previsão para a cotação do dólar também foi mantida. O mercado estima que a moeda norte-americana encerre 2025 em R$ 5,41. Para o fim de 2026, a projeção é de R$ 5,50.
Com informações Agência Brasil


