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quinta-feira, 6 de novembro, 2025

Manifestação reúne mais de 42 mil na Paulista contra anistia e PEC da Blindagem

Atos ocorreram em 33 cidades; manifestantes pedem prisão de Bolsonaro e criticam retrocessos no Congresso Nacional

Cerca de 42,4 mil pessoas participaram neste domingo (21) de um ato na avenida Paulista, no centro da capital paulista, contra a anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado e a chamada “PEC da Blindagem”, que busca restringir o processo criminal de deputados e senadores, exigindo aval prévio do Congresso.

A estimativa de público é do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP (Universidade de São Paulo), que acompanha mobilizações políticas em tempo real. O protesto fez parte de uma mobilização nacional que reuniu manifestações em 33 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais.

O movimento foi organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL, PT e a movimentos populares. Também participaram sindicatos, organizações estudantis, artistas, lideranças indígenas e movimentos sociais como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além de partidos de esquerda e centro-esquerda.

Com críticas diretas ao Congresso Nacional, os manifestantes defenderam a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, já condenado a 27 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa e abuso de poder.

“Luta pela democracia”

Diversos participantes deram depoimentos reforçando o clima de resistência política. O professor universitário Reginaldo Cordeiro de Santos Júnior, do curso de Serviço Social, viajou até São Paulo especialmente para participar do ato.

“Estamos aqui na luta pela democracia, contra a PEC da Blindagem, contra todo o retrocesso do que foi conquistado em 1988. É importante que a juventude entenda o que foi garantido pela Constituição Federal e o que está em risco agora”, disse.

A professora aposentada Miriam Abramo, de 75 anos, relembrou o período da ditadura e fez um apelo emocionado à participação jovem.

“Eu vivi a época em que não se tinha direito a nada. Votei pela primeira vez para presidente aos 40 anos. Não quero que a juventude de hoje tenha que esperar tanto para escolher seu líder. A PEC da Blindagem é um retrocesso grave”.

O professor de artes marciais Renato Tambellini levou a filha Luiza, de 12 anos, para acompanhá-lo no protesto. Ele contou que tem conversas constantes com os filhos sobre política e democracia.

“Explico a eles que é preciso se mobilizar e reivindicar direitos. Estamos saindo de uma tentativa de golpe e agora temos que consolidar a democracia com participação popular”.

Vozes indígenas também se manifestam

A indígena Tamikuã Txih, do povo Pataxó e residente na Terra Indígena do Jaraguá, zona oeste de São Paulo, também discursou no ato.

“Precisamos dizer que não aprovamos a PEC da Blindagem. Não podemos aceitar que atrocidades cometidas por parlamentares fiquem impunes. Isso é uma vergonha para o Brasil. Anistiar golpistas é ignorar o povo”, afirmou.

O ato na Paulista teve concentração em frente ao MASP e foi encerrado com discursos, apresentações culturais e gritos de ordem contra a impunidade. Os organizadores afirmaram que novos protestos estão sendo planejados, caso a proposta avance no Congresso.

Com informações Agência Brasil

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