32.2 C
Três Lagoas
terça-feira, 23 de dezembro, 2025

Manifestação reúne mais de 42 mil na Paulista contra anistia e PEC da Blindagem

Atos ocorreram em 33 cidades; manifestantes pedem prisão de Bolsonaro e criticam retrocessos no Congresso Nacional

Cerca de 42,4 mil pessoas participaram neste domingo (21) de um ato na avenida Paulista, no centro da capital paulista, contra a anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado e a chamada “PEC da Blindagem”, que busca restringir o processo criminal de deputados e senadores, exigindo aval prévio do Congresso.

A estimativa de público é do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP (Universidade de São Paulo), que acompanha mobilizações políticas em tempo real. O protesto fez parte de uma mobilização nacional que reuniu manifestações em 33 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais.

O movimento foi organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL, PT e a movimentos populares. Também participaram sindicatos, organizações estudantis, artistas, lideranças indígenas e movimentos sociais como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além de partidos de esquerda e centro-esquerda.

Com críticas diretas ao Congresso Nacional, os manifestantes defenderam a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, já condenado a 27 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa e abuso de poder.

“Luta pela democracia”

Diversos participantes deram depoimentos reforçando o clima de resistência política. O professor universitário Reginaldo Cordeiro de Santos Júnior, do curso de Serviço Social, viajou até São Paulo especialmente para participar do ato.

“Estamos aqui na luta pela democracia, contra a PEC da Blindagem, contra todo o retrocesso do que foi conquistado em 1988. É importante que a juventude entenda o que foi garantido pela Constituição Federal e o que está em risco agora”, disse.

A professora aposentada Miriam Abramo, de 75 anos, relembrou o período da ditadura e fez um apelo emocionado à participação jovem.

“Eu vivi a época em que não se tinha direito a nada. Votei pela primeira vez para presidente aos 40 anos. Não quero que a juventude de hoje tenha que esperar tanto para escolher seu líder. A PEC da Blindagem é um retrocesso grave”.

O professor de artes marciais Renato Tambellini levou a filha Luiza, de 12 anos, para acompanhá-lo no protesto. Ele contou que tem conversas constantes com os filhos sobre política e democracia.

“Explico a eles que é preciso se mobilizar e reivindicar direitos. Estamos saindo de uma tentativa de golpe e agora temos que consolidar a democracia com participação popular”.

Vozes indígenas também se manifestam

A indígena Tamikuã Txih, do povo Pataxó e residente na Terra Indígena do Jaraguá, zona oeste de São Paulo, também discursou no ato.

“Precisamos dizer que não aprovamos a PEC da Blindagem. Não podemos aceitar que atrocidades cometidas por parlamentares fiquem impunes. Isso é uma vergonha para o Brasil. Anistiar golpistas é ignorar o povo”, afirmou.

O ato na Paulista teve concentração em frente ao MASP e foi encerrado com discursos, apresentações culturais e gritos de ordem contra a impunidade. Os organizadores afirmaram que novos protestos estão sendo planejados, caso a proposta avance no Congresso.

Com informações Agência Brasil

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

CDP de Nova Independência promove 5ª Jornada da Cidadania, Trabalho e Renda

Evento reforça ações de qualificação profissional, inclusão social e preparação para o pós-reclusão O Centro de Detenção Provisória de Nova Independência realizou, em outubro de...

Dengue avança em MS e Três Lagoas registra óbito pela doença

Estado soma mais de 8,4 mil casos confirmados em 2025, segundo boletim epidemiológico Mato Grosso do Sul contabiliza 8.430 casos confirmados de dengue em 2025,...

Anvisa proíbe venda do adoçante alulose no Brasil

Produto não possui histórico de consumo no país nem autorização sanitária para comercialização A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda, a distribuição,...