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quarta-feira, 22 de outubro, 2025

Maioria dos jovens que recebiam Bolsa Família em 2012 deixou o programa até 2024, aponta estudo

Levantamento do IMDS revela avanços na mobilidade social de parte dos beneficiários, mas destaca persistência da pobreza e desigualdades regionais no Brasil

Um estudo realizado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) aponta que, dos 15,5 milhões de jovens entre 7 e 16 anos que recebiam o Bolsa Família como dependentes em dezembro de 2012, cerca de 10,3 milhões — o equivalente a 66,5% — deixaram de receber o benefício até 2024. O dado é interpretado como um indicativo de mobilidade social ao longo de 12 anos.

Por outro lado, 5,2 milhões de jovens (33,5%) permaneciam como beneficiários do programa até o ano passado, revelando, segundo os pesquisadores, a continuidade de condições de pobreza estrutural e os limites do Bolsa Família em promover mobilidade socioeconômica ampla.

ANÁLISE
De acordo com o IMDS, o resultado reforça a importância do programa de transferência de renda para o alívio imediato da pobreza, mas também escancara a necessidade de políticas públicas complementares nas áreas de educação, saúde e geração de emprego.

“O estudo evidencia que o Bolsa Família é crucial para garantir condições mínimas de sobrevivência, mas também revela que, sozinho, não é suficiente para promover mobilidade ampla e sustentada, pois não é desenhado para isso”, explicou Paulo Tafner, presidente do IMDS. Ele defendeu a integração de políticas sociais com estratégias de formação de capital humano e inserção produtiva, especialmente entre os jovens.

FATORES
Para o IMDS, fatores como o ambiente macroeconômico, o nível de escolaridade dos pais e a infraestrutura local têm papel decisivo para a saída da pobreza. “Educação de qualidade e saneamento no município têm sido, historicamente, associados à saída da armadilha da pobreza”, pontuou Tafner.

O estudo observou que famílias com responsáveis mais escolarizados e com renda um pouco superior em 2012 apresentaram maior probabilidade de ascender socialmente e deixar o programa. Já a baixa escolaridade dos jovens esteve relacionada à permanência no cadastro.

DESLIGAMENTO
O levantamento também revela que 7,6 milhões dos 15,5 milhões de jovens analisados saíram não apenas do Bolsa Família, mas também do Cadastro Único (CadÚnico), sistema que registra famílias de baixa renda no país. O desligamento do CadÚnico sugere trajetórias mais estáveis e consistentes de ascensão socioeconômica.

Homens apresentaram maior probabilidade de sair da base de dados sociais do que mulheres. Já jovens pretos e pardos foram os que mais permaneceram na rede de proteção, o que evidencia desigualdades raciais no acesso a oportunidades.

REGIÕES
O estudo aponta grandes desigualdades regionais. Sul, Sudeste e Centro-Oeste registraram as maiores taxas de desligamento do Bolsa Família e do CadÚnico. Já o Nordeste e partes da Amazônia Legal mantiveram alta proporção de jovens ainda beneficiários, reflexo de vulnerabilidades históricas.

Apesar de concentrar o maior número de beneficiários em 2012, o Nordeste segue, em 2024, com uma significativa presença de crianças e adolescentes no CadÚnico. Já o Sul e o Sudeste apresentam maior mobilidade, embora ainda abriguem bolsões de pobreza, especialmente em áreas metropolitanas e rurais. O Centro-Oeste mostra um cenário misto, com taxas de saída elevadas em regiões de fronteira agrícola e municípios economicamente mais dinâmicos.

DESIGUALDADE
A análise reforça que, embora o Bolsa Família cumpra um papel essencial na proteção social, sua atuação precisa ser complementada com políticas estruturantes. A permanência de milhões de jovens no programa ao longo de mais de uma década revela os desafios persistentes para romper o ciclo intergeracional da pobreza.

Com informações Agência Brasil

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