13/11/2013 – Atualizado em 13/11/2013
Por: G1
A mãe do menino Joaquim Ponte Marques, a psicóloga Natália Ponte, confirmou pela primeira vez, em novo depoimento à polícia, que foi agredida pelo marido, o técnico de informática Guilherme Longo, por causa do ciúmes dele. O casal chegou a ficar separado por um mês no início deste ano. Natália revelou ainda que Longo considerava o enteado “mimado” e chegou a colocá-lo de castigo. As declarações teriam sido feitas na segunda-feira (11), conforme explicou o promotor Marcus Túlio Nicolino, que acompanha as investigações da morte da criança.
Natália e Longo estão presos desde domingo (10), após o corpo de Joaquim ser encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP). Na terça-feira (12), a polícia apreendeu objetos pessoais do casal e roupas de Joaquim, que estavam na casa onde a família morava, em Ribeirão Preto (SP). A Justiça também concedeu a quebra do sigilo telefônico da mãe, do padrasto e de familiares próximos.
“Começamos a avançar e a definir o perfil do Guilherme, de uma pessoa agressiva, uma pessoa violenta. Inclusive, ela [Natália] acrescentou que o Guilherme colocava o Joaquim de castigo, dizendo que era um menino mimado, criado pelos avós. Então, é uma definição do caráter totalmente diferente daquilo que ela havia passado anteriormente”, afirmou o promotor.
Ainda de acordo com Nicolino, a mãe de Joaquim afirmou que o marido tinha ciúme do enteado e que o casal brigava muito nos últimos tempos, principalmente depois que Longo voltou a usar drogas – o casal se conheceu em uma clínica, onde Natália trabalhava como psicóloga, quando o rapaz fazia tratamento contra dependência química.
“Ela disse claramente que o Guilherme sentia muito ciúme da criança, dizia que era um pedacinho do ex-marido que estava presente na vida do casal”, afirmou Nicolino.
Ainda em depoimento, Natália teria confirmado que Longo a agrediu no início deste ano e, após o fato, o casal ficou separado por um mês. Ela então foi aconselhada pela família a voltar como marido porque estava grávida. Natália teria dito também que não denunciou Guilherme porque tinha medo.
“A gente encara isso tudo com certa reserva. Precisamos confrontar esse depoimento dela com outras provas. Se ela tivesse feito um boletim de ocorrência e comunicado esses fatos a outras pessoas, é claro que teria outro peso essas declarações”, concluiu o promotor.
