Policial – 15/02/2012 – 15:02
Lindemberg também se disse surpreso com a presença de Nayara, Iago e Victor no apartamento de Eloá em outubro de 2008
Acusado de matar a menina Eloá Cristina Pimentel, Lindemberg Alves, de 25 anos, começa a ser interrogado no Fórum de Santo André, na Grande São Paulo, na tarde desta quarta-feira. “Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor”, afirmou o réu em seu depoimento.
Segundo o acusado, ele e a vítima mantiveram relacionamento amoroso por 2 anos e 3 meses. “Eu era muito amigo da família”, disse ao júri. A mãe de Eloá, que passou mal na manhã de hoje, chegou por volta do meio-dia ao local para assistir ao interrogatório mais aguardado do dia. Esta é a primeira vez que ele fala sobre o caso em mais de três anos.
Lindemberg também se disse surpreso com a presença de Nayara, Iago e Victor, que depuderam nessa segunda-feira, no apartamento, em outubro de 2008, e relatou a surpresa da jovem ao vê-lo no apartamento. “A Eloá ficou assustada ao me ver”.
Armado
Com relação ao fato de estar armado, Lindemberg afirmou que tinha seus motivos para andar com o revólver. “Estava armado pois dias antes recebi ameaças de morte pelo telefone. Era para garantir minha segurança”, explicou.
O julgamento de Lindemberg Alves entrou nesta quarta-feira em seu terceiro dia. A espectativa é que a condenação do réu saia ainda hoje.
Outros depoimentos
Nessa terça-feira, os repórteres Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos, da Band, depuseram. Eles ficaram 30 horas em confinamento para servir como cidadãos no julgamento. A defesa do réu dispensou o depoimento da mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel, que estava entre as testemunhas a depor nesta manhã. O irmão mais velho de Eloá, Ronickson Pimentel dos Santos, disse em depoimento que Lindemberg “é um monstro”.
A terça-feira também foi marcada por tumulto durante os depoimentos. A juíza Milena Dias e a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, chegaram a bater boca. Em um dos depoimentos mais longos, o capitão do Gate Adriano Giovanini afirmou que a invasão aconteceu apenas quando não havia mais o que fazer.
Crime
A morte de Eloá ocorreu em 15 de outubro de 2008, em Santo André. Quatro dias antes, ela e mais três pessoas – Nayara e mais dois amigos – foram sequestradas por Lindemberg.
Após algumas horas de negociação com a polícia, Lindemberg libertou os dois jovens e, mais tarde, soltou Nayara. Ela, no entanto, acabou retornando para ajudar a amiga.
O sequestro se arrastou por cerca de cem horas e terminou quando a polícia invadiu o prédio. Eloá e Nayara foram baleadas, mas somente a segunda sobreviveu aos ferimentos.
Fonte: Band