02/05/2016 – Atualizado em 02/05/2016
Lucas Gustavo
O fazendeiro Ercílio Priviateli, de 64 anos, foi condenado pelo homicídio qualificado de José Cícero de Oliveira, de 40. A sentença foi dada na semana passada pelo Tribunal do Júri de Três Lagoas. A pena do morador chegou aos 14 anos de prisão.
O crime aconteceu na madrugada de 11 de julho de 2007. A Justiça considerou o motivo do assassinato como fútil. O homem também é acusado de fraude processual qualificada.
Em entrevista à Rádio Caçula nesta segunda-feira (2), o promotor Luciano Lara explicou que, inicialmente, a polícia registrou o caso como acidente de trânsito.
Na época, a caminhonete de José Cícero foi encontrada incendiada na rodovia 158, entre Três Lagoas e Brasilândia-MS. A vítima, que conduzia o veículo, teve o corpo carbonizado.
SUSPEITAS
De acordo com o promotor, no velório de José Cícero, um dos filhos de Ercílio demonstrou bastante comoção. Além disso, o rapaz fez um pedido de desculpas à viúva. Horas antes, armado e a pedido do pai, o jovem teria ido até a casa da vítima para matá-la, mas não a encontrou.
A partir dessa e outras suspeitas, o corpo de José Cícero foi exumado e a caminhonete periciada. A polícia também encontrou um óculos do assassino perto do automóvel.
Os agentes ainda reconstituíram todo o trajeto feito pela vítima e o acusado na data do crime. Os exames constataram que, na verdade, o homem recebeu um tiro no peito e a caminhonete foi incendiada. A Justiça aponta o fazendeiro como o responsável da ação.
MOTIVO
Também segundo o promotor, Ercílio matou José Cícero por ciúmes. Ele suspeitava que o homem mantinha um relacionamento amoroso com sua mulher. A fazenda do assassino é vizinha da propriedade rural que a vítima administrava.
Ercílio e a esposa já estavam em fase de separação por ele ter descoberto que a mulher o traía com um de seus filhos, enteado dela. A Justiça diz que o caso entre José Cícero e a vizinha nunca ficou comprovado.
DEMORA
O promotor esclareceu que a lentidão no processo se deu por conta de a banca de advogados do acusado ter protocolado todos os recursos possíveis. Além disso, a defesa garante que Ercílio é inocente e pediu que o julgamento fosse adiado.
O acusado continua morando na fazenda ao lado da casa em que a vítima vivia. O filho dele, que queria executar José Cícero, morreu em um acidente de trânsito. Há suspeitas do envolvimento de outras pessoas no crime, mas ainda não houve apuração.
Apesar da pena decretada pela Justiça, Ercílio ganhou o direito de recorrer da decisão em liberdade.