Internacional – 01/03/2012 – 08:03
James Murdoch, filho do bilionário Rupert Murdoch, renunciou na manhã desta quarta-feira à presidência da News Internetional, o braço britânicos no conglomerado de mídia de seu pai, a News Corp. A renúncia é mais um desdobramento do escândalo que começou com a denúncia de que jornalistas e detetives particulares a serviço do centenário tabloide “News of the World”, uma das principais publicações do grupo, haviam grampeado telefones e e-mails de celebridades e pessoas comuns.
Em uma nota oficial, Rupert Murdoch confirmou a saída do filho da News International e anunciou a transferência dele para a sede da corporação, em Nova York – com um oceano a separá-lo das autoridades britânicas.
Na declaração, o bilionário agradeceu ao filho pela “liderança na News International e nos negócios na Europa e na Ásia” e informou que James “vai continuar a assumir diversas funções de fundamental liderança empresarial, com foco em especial em importantes negócios de TV por assinatura”. O documento não traz uma única referência as escândalos que abalam o grupo.
No mesmo comunicado divulgado pela News Corp., James Murdoch agradeceu a “dedicação de muitos colegas talentosos na News International” e saudou o lançamento do “The Sun on Sunday” no último domingo (26), tabloide que veio substituir o “News of the World”, fechado em julho de 2011 na esteira do escândalo de escuta ilegais – que também foi ignorado na nota do presidente demissionário.
O jornal chegou às bancas com 120 páginas, duas semanas após empregados do “Sun” serem presos sob acusação de terem pago suborno a policiais e oficiais de Justiça.
Na segunda-feira, a chefe da investigação que apura o escândalo, a comissária-assistente Sue Akers, afirmou que os repórteres do “Sun”, outra importante publicação do grupo, pagaram milhares e milhares de libras ao longo dos anos a policiais, militares e outras “autoridade corruptas” para obter informações. Ela disse também que e-mails analisados pela polícia demonstravam que executivos de alto escalão da publicação tinham conhecimento da prática, o que desmente a versão sustentada pelos Murdoch de que os atos ilícitos eram atos isolados de poucos jornalistas, sem o conhecimento ou consentimento das chefias.
Fonte: D24