Brasil encerrou 2024 com US$ 1,141 trilhão em capital externo, segundo dados do Banco Central
O Brasil terminou 2024 com um estoque recorde de US$ 1,141 trilhão em investimento estrangeiro direto (IED), o equivalente a 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB). O dado, divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central, marca o maior percentual já registrado na série histórica iniciada em 1995.
O levantamento faz parte do Censo de Capitais Estrangeiros, divulgado anualmente pela autoridade monetária. Em 1995, o IED representava apenas 6,1% do PIB. Desde então, o indicador cresceu gradualmente: 17,1% em 2000, 25,2% em 2010, e 34,6% em 2019. Em 2023, o índice foi de 45%.
CONTROLE
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a maior parte dessas empresas é controlada por investidores estrangeiros.
“Tem 100% do capital ou tem o controle da empresa, mais de 50%. Tipicamente, têm maior relação com o exterior, com os seus investidores. Têm maior conteúdo importado e exportado”, explicou Rocha.
PRODUTIVIDADE
Do total de US$ 1,141 trilhão, cerca de US$ 884,8 bilhões correspondem à participação no capital das empresas, ou seja, a entrada de sócios estrangeiros, enquanto US$ 256,4 bilhões são operações intercompanhia, como empréstimos entre matriz e filial.
Rocha destacou que esse tipo de investimento possui caráter produtivo, contribuindo para aumento da capacidade instalada no país e crescimento da produtividade.
CÂMBIO
Apesar do recorde relativo ao PIB, o valor absoluto do investimento estrangeiro era maior em 2023, quando o estoque chegou a US$ 1,3 trilhão. A diferença, segundo o BC, se deve à variação cambial.
“Esses investimentos são feitos em reais, e depois convertidos em dólares. A taxa de câmbio passou de R$ 4,84 por dólar no fim de 2023 para R$ 6,19 no final de 2024, o que reduziu o valor em dólares”, explicou Rocha.
SETORIAL
Os principais países que investem diretamente no Brasil são Estados Unidos, França, Uruguai, Espanha e Países Baixos. Já os setores que mais concentram o capital estrangeiro são serviços financeiros, comércio, eletricidade e extração de petróleo, que juntos somam 40% do total investido.
Com informações Agência Brasil