Economia – 03/02/2012 – 19:02
Considerado quintal dos grandes projetos desde a década de 1970, o Espírito Santo está perdendo espaço nos planos das transnacionais já instaladas. O maior exemplo é a Aracruz Celulose (Fibria) que não prevê grandes investimentos na atual planta capixaba. Mesmo com os indicativos de retração no mercado da celulose, os ajustes nos investimentos da companhia não incluem o Estado.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Aracruz, Marcelo Castelli – que substitui o ex-presidente e atual diretor Carlos Lira Aguiar – disse que a redução no ritmo de investimentos não deve interferir no projeto de expansão da unidade de Três Lagoas (MS), hoje a menina dos olhos da empresa adquirida pelo grupo Votorantim.
Segundo ele, a decisão sobre os investimentos da Aracruz deve ocorrer apenas no segundo semestre deste ano. Castelli adiantou que a previsão é de que a expansão de Três Lagoas saia até o final de 2014. No entanto, a maior parte dos R$ 1 bilhão previstos em investimentos para este ano seja destinada para a manutenção da operação. Mais uma vez, o novo presidente não fez qualquer menção ao Espírito Santo.
O presidente da Aracruz informou ainda que a dívida bilionária contraída durante a crise no final de 2008 está sob controle. Números citados pela reportagem mostram que a dívida com a atual posição de caixa da Aracruz (R$ 1,846 bilhões) é suficiente para amortizar as dívidas que vencem este ano (R$ 1,092 bilhão). No total, a dívida da ncompanhia ultrapassa a casa dos R$ 11 bilhões, sendo que grande parte está expressa em moeda estrangeira.
Nem mesmo o recorde de produção e vendas de celulose da Aracruz no ano passado foi suficiente para melhorar o desempenho financeiro. Em 2011, a Aracruz teve um prejuízo de R$ 868 milhões ante um lucro de R$ 603 milhões no exercício anterior.
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Fonte: Século Diário/Nerter Samora