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quinta-feira, 28 de março, 2024

Incêndios avançam e governo prepara operação de guerra no Pantanal

Chamas tem se alastrado e já consumiram mais de 50 mil hectares do bioma

01/11/2019 05h50
Por: Deyvid Santos

MATO GROSSO DO SUL (MS) – Por conta do surgimento de novos incêndios florestais, que já destruíram pelo menos 55 mil hectares de vegetação no Pantanal, uma megaoperação está sendo preparada pelo Governo do Estado, para combate ao fogo que atinge o bioma entre os municípios de Miranda, Aquidauana e Corumbá, neste fim de semana. Serão incorporados ao trabalho de combate mais de 95 homens e duas aeronaves .

Em 24 horas, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 437 focos no Estado, a maioria nessa região. O acumulado nos últimos cinco dias chegou a 1.432 focos e a área queimada somente no Pantanal foi ampliada para 55 mil hectares.

A pedido do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o governo do Distrito Federal irá apoiar novamente os trabalhos, com envio de 35 bombeiros e do avião Air Tractor, que tem capacidade para lançar até três mil litros de água nos focos de incêndio. O contingente de brigadistas e as aeronaves de Brasília devem chegar nos próximos dias

Estado solicitou também reforço de 60 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade(Icmbio).

Posto de comando da operação é a fazenda BR Pec, em Miranda, para onde já foram deslocados mais 30 bombeiros do Estado nesta quinta-feira (31).

De acordo com o coordenador da Coordenadoria de Defesa Civil e MS (Cedec), tenente-coronel Fábio Catarinelli, o combate aéreo terá ainda o apoio de um helicóptero do Ibama e o helicóptero Harpia 02 do Grupo de Patrulhamento Aéreo da Polícia Militar (GPA), que estará atuando no transporte da tropa.

Para a comunicação terra-ar foi solicitado apoio logístico do Comando Militar do Oeste (CMO).

O Exército também participa da ação com um caminhão-pipa para abastecer o Air Tractor cedido pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e que já está em operação há quatro dias, tendo lançado mais de 100 mil litros de água sobre os focos.

O capitão bombeiro Vinicius Barbosa Gonçalves, que está á frente das operações de campo, informou que os focos estão se concentrando mais ao Sul do Pantanal, devido a força do vento, com grande incidência ainda na BR Pec. Além das equipes, voluntários também auxiliam no combate.

Diretor da fazenda BR Pec, Anderson Vargas agirma que toda área é 100% monitorada por satélite e o pessoal [é treinado treinado para ajudar em casos de incêndios. “Estou aqui [na região] há pouco tempo, mas quem é morador antigo fala que nunca houve um fogo tão intenso como esse. Tivemos uma área muito grande queimada, mas ainda não dimensionamos a extensão e os prejuízos”, disse.

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PANTANAL EM CHAMAS

Queimadas que atingem o Pantanal causaram diversos estragos nas cidades da região. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) estima que pelo menos 50 mil hectares de vegetação nativa foram consumidos desde domingo (27).

A fumaça atrapalha a visão dos motoristas que trafegam pelas rodovias em Mato Grosso do Sul, especialmente a BR-262 perto do cruzamento com a MS-450 entre Dois Irmãos do Buriti e Aquidauana. Ao longo da rodovia, por onde o fogo passou por mais de 60 quilômetros no sentido Oeste-Leste-Sul em linha reta, sobraram cinzas e paus retorcidos onde antes havia vegetação nativa.

O tráfego na BR-262 exige muita atenção devido à fumaça e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitora caminhões com cargas de carvão, que circulam diariamente pela via, por conta do risco de fagulhas atingirem as cargas e causarem incidentes.

Névoa cinzenta cobriu o céu de toda a região nesta quinta-feira e o fogo continua avançando, em velocidade que tem dificultado o trabalho de combate das equipes.

O fogo também causa outros transtornos em zonas urbanas. Corumbá foi afetada por diversas oscilações de energia elétrica e desligamento das linhas de transmissão e consequentes variações de tensão na rede elétrica que atende a região, segundo a Energisa.

Já a Oi informou que as queimadas também estão afetando os serviços de internet fixa, causando o rompimento de um cabo de fibra ótica que atende Corumbá e Miranda, afetando parcialmente o serviço. Telefonia fixa e móvel não foram afetadas.

Informações do site Correio do Estado

Cenário é de destruição onde antes havia vegetação nativa - Foto: Foto: Chico Ribeiro

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