22/04/2014 – Atualizado em 22/04/2014
Garoto foi morto no dia 4 de abril; pai, madrasta e amiga são acusados pelo assassinato
Por: Estadão
Um vídeo publicado na internet pelo Colégio Ipiranga, onde o menino Bernardo Boldrini estudava, mostra a criança fazendo uma homenagem à madrasta no Dia das Mães em 2011. Nas imagens, o garoto aparece sorrindo segurando um cartaz com o apelido da madrasta Graciele Ugulini. O garoto foi morto no dia 4 de abril e enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul. O pai, Leandro Boldrini, a madrasta e a amiga Edelvânia Wirganovicz são acusados pelo crime.
No Dia dos Pais do ano passado, Bernardo também aparece em imagens divulgadas pela escola. Ele e os colegas fazem uma coreografia. A mensagem diz: ‘papais, hoje neste dia especial das suas vidas, queremos lhes dar o nosso abraço, nosso beijo e desejar a maior felicidade que um pai pode ter. Aliás, precisamos falar o quanto nós estamos felizes por sermos seus filhos e ter em você um amigão para todas as horas.”
Assassinato. De acordo com o depoimento de Edelvânia à polícia, o assassinato de Bernardo foi planejado pela madrasta sem o conhecimento de Leandro. “Ele não sabia, mas, futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, porque Bernardo era muito agitado”, teria ouvido da madrasta do menino. A única certeza da polícia até o momento é que o médico tentou ocultar o crime. Sua participação efetiva, porém, ainda é dúvida.
A delegada que preside o inquérito do caso, Caroline Bamberg, pediu a quebra do sigilo bancário do trio. Isso porque Edelvânia disse ao depor que precisava de R$ 96 mil para quitar seu apartamento e acertara com Graciele o recebimento do valor para ajudar no crime – em um primeiro acordo, a promessa era de R$ 20 mil. A polícia quer saber se a quantia foi movimentada pelo trio.
“Era muito dinheiro, e não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino”, disse Edelvânia à polícia. Se o dinheiro saiu da conta conjunta do casal, isso pode implicar Leandro no planejamento da ação. Segundo Edelvânia, do dinheiro prometido, apenas uma pequena parte, R$ 6 mil, lhe foi entregue.
‘Benzedeira’. No dia 4, Bernardo foi levado a Frederico Westphalen, vizinha de Três Passos, onde morava, com a justificativa de visitar uma “benzedeira”. Segundo Edelvânia, ela e Graciele, cujo apelido é Kelly, “mandaram ele deitar sobre uma toalha de banho cor azul e que Kelly aplicou na veia do braço esquerdo com uma seringa e ele foi apagando”.
Nenhuma das duas conferiu se Bernardo ainda tinha pulsação ao ser enterrado. Ele foi despido e colocado na cova, feita dias antes por Edelvânia. Graciele jogou soda – para que o corpo fosse consumido mais rápido – e tapou Bernardo com pedras e terra. Segundo Edelvânia, Graciele confessou que pensava em matar o menino havia um tempo. Teria tentado asfixiá-lo – o que foi narrado por Bernardo a uma babá, que avisou a avó materna do garoto. Esta tentou ficar com a guarda do menino, mas a Justiça negou.
