Delegado de MS usou as redes sociais para postar vídeo e falar que era “horrível” a situação em que estavam os cães. Dono foi preso e parentes dele disseram que era um absurdo a prisão dele por aquele motivo.
23/03/2021 15h25
Por: Gabrielle Borges
“Olha só a situação desses animais aqui. Comida podre. Amarrados. Segundo o tutor, disse que foi uma feijoada de domingo que ele serviu para os cachorros hoje, aliás ontem, e apodreceu. Olha a situação desse daqui…praticamente dentro de um buraco, que serve como casa. A corrente deve ter 50 centímetros, no máximo. Esse outro aqui também, preso, sem comida. Água suja. E é isso, infelizmente, as pessoas querem ter os cães, mas, não querem cuidar adequadamente e mantém os animais nessa situação”.
É com estas palavras que, em 59 segundos, o delegado Maércio Barboza, titular da Delegacia Especializada de Repressão à Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat), gravou um vídeo após chegar em uma local de maus-tratos, no bairro Bethaville, em Campo Grande, nessa segunda-feira (22).
Ele foi ao local, acompanhado de investigadores, com a intenção de verificar denúncia de maus-tratos e usou as redes sociais para falar que “foi horrível” ver os quatro cães acorrentados, situação que permaneciam 24 horas por dia, além de não ter abrigo, água potável para consumo, bem como terem comida “podre e fétida” nas vasilhas.
Um dos cães, identificada como Belinha, também estava com o olho esquerdo ferido e cheio de bichos, o que devia incomodar muito, ainda conforme o delegado. Durante a investigação, ele também ressaltou que o local era todo cercado, então, não havia justificativa para os animais ficarem acorrentados.
Houve perícia e o resgate dos animais, sendo encaminhados para lares temporários. O dono, de 34 anos, foi preso em flagrante.
Após passar a noite na cadeia, o suspeito passou por audiência de custódia neste manhã (23). O advogado dele entrou em contato conosco e disse que o cliente responderá ao processo em liberdade, além de negar que a corrente dos animais seja curta, falando que possuíam cerca de um metro e meio. O suspeito foi indiciado pelo crime de maus-tratos, com pena que varia de 2 a 5 anos de reclusão.


