25/07/2016 – Atualizado em 25/07/2016
Por: Marcio Ribeiro com Jornal Luzilândia.
Empresária gaúcha Anidria Rocha lidera o movimento que organiza um plebiscito informal marcado para outubro, com 4.000 “urnas” nos três Estados, que deseja separar Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do Brasil.
A votação ocorrerá no dia 2 de outubro, simultaneamente às eleições municipais, das 8h às 17h, com urnas a pelo menos cem metros dos colégios eleitorais.
“Você quer que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem um país independente?”, questionará o plebiscito. Para ter algum valor, o plebiscito deveria seguir a lei 9.709, o que exigiria que fosse aprovado pelo Congresso e sob regulação da Justiça Eleitoral.
“Falam em 400 movimentos por independência no mundo. A cada ano, três ou quatro países se separam”, defende Anidria.
A meta é alcançar 1 milhão de pessoas, o equivalente a 5% dos eleitores do Sul. Voluntários irão bancar custos de urnas e cédulas.
Segundo o promotor gaúcho Rodrigo Zilio, do gabinete eleitoral, a votação não tem legalidade, mas é permitida. Para ter algum valor, o plebiscito deveria seguir a lei 9.709, o que exigiria que fosse aprovado pelo Congresso e sob regulação da Justiça Eleitoral.
‘Xenofobia’
O historiador Tau Golin, da UPF (Universidade de Passo Fundo), define o ato como “xenófobo”. “É um movimento antibrasileiro que mostra a dificuldade certos grupos têm de se integrar à nação”.
Os separatistas, diz, “não admitem a ideia de pluralidade” e consideram descendentes de italianos e alemães, comuns no Sul, como “especiais” ou “raça superior”.
O atrito ecoa no MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho). Para o autor de músicas típicas gaúchas Daniel Brasil, 54, o MTG não defende abertamente o separatismo.
“Os caras comemoram uma coisa que ninguém ganhou nada”, diz o artista sobre a Revolução Farroupilha, que queria criar a República Rio-Grandense e declarar independência do Império.
A disputa foi perdida, mas é intensamente comemorada em setembro pelos gaúchos. “Quando conseguirmos separar o Sul, eu mudo meu sobrenome”, brinca Brasil.
