Geral – 24/05/2012 – 16:05
Cerca de 60 pessoas participaram de um protesto em frente a uma loja da grife Gregory, em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (24). Os manifestantes, membros do Sindicato dos Comerciários, criticam a empresa por ela ter sido flagrada em fiscalização e responsabilizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por promover o trabalho em condições análogas as da escravidão em oficinas terceirizadas.
O G1 entrou em contato com a assessoria da empresa e aguarda retorno. Em nota divulgada em seu perfil no Facebook, a empresa nega que a empresa utilize trabalho escravo na confeção de suas peças (Veja íntegra abaixo).
Em agosto de 2011, sete grifes, incluindo a Gregory, haviam sido flagradas explorando trabalhadores em condições semelhantes.
Neste mês, a fiscalização do Ministério Publico do Trabalho e do MTE constatou essas condições de trabalho em oficinas que prestam serviço à grife. O protesto começou ao meio-dia e acabou às 14h15 na Rua Henrique Schaumann.
Segundo o MTE, a auditoria na empresa localizou 12 trabalhadores bolivianos “resgatados de condições análogas à de escravos”. Os fiscais lavraram 25 autos de infração contra a empresa, que foi responsabilizada pela situação encontrada nas oficinas terceirizadas.
Ainda de acordo com o ministério, o caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Trabalho que ofereceu para a empresa a possibilidade de firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Veja abaixo nota da empresa
Informação dirigida às clientes foi postada no Facebook:
“Caro Cliente,
Dirigimos esta mensagem a você, a fim de prestigiar quem adquire nossas roupas e merece nosso respeito.
Nos últimos dias a imprensa tem divulgado uma informação, fornecida pelo Ministério do Trabalho, de que a Gregory estaria utilizando trabalho escravo na produção de suas peças.
Essa informação não é verdadeira – a fiscalização sempre soube disso – e a Gregory, que não produz nenhuma peça de roupa, está apresentando suas defesas nas esferas competentes.
Pelo relato da fiscalização, alguns de nossos fornecedores utilizaram mão-de-obra em situação precária na produção de nossas peças, através do repasse indevido e não autorizado de nossos pedidos.
A Gregory não compactua com essa postura, paga preços de mercado pelas mercadorias que revende e está aprimorando seus critérios de seleção e auditoria de fornecedores, numa tentativa de evitar que esses fatos se repitam.
A empresa jamais empregou mão-de-obra em situação irregular e, inclusive, colaborou com a fiscalização, para que as irregularidades fossem resolvidas imediatamente, pelos próprios fornecedores envolvidos. Este fato, infelizmente, foi omitido pelo Ministério do Trabalho, mas está devidamente comprovado por documentos.
A Gregory tem consciência da regularidade de suas operações e confia no rápido esclarecimento da situação.”
Fonte: G1 / Márcio Pinho/G1


