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Ginastas evitam sorrisos e usam boate para desabafo e apelo

Esporte – 06/03/2013 – 08:03

Os seis atletas dispensados pelo Flamengo agiram rápido e marcaram uma entrevista coletiva para o mesmo dia em que o clube anunciou oficialmente o fim do investimento na ginástica. Diego Hypolito percorreu os pouco mais de 400 km que separam São Paulo e Rio de Janeiro de carro para se juntar à irmã Daniele e à Jade Barbosa para desabafar e fazer apelo por patrocínio. Durante mais de uma hora, o ginasta de 26 anos liderou as críticas à diretoria rubro-negra e a equipe toda evitou sorrisos nas fotos para reforçar o tom de indignação.

O local escolhido para abrigar os ginastas foi uma boate que fica na Gávea, mesmo bairro da sede social do Flamengo. Segundo o assessor de Daniele, Bruno Chateaubriand, a proximidade com o clube foi apenas uma coincidência. Diego Hypolito até cogitou realizar a coletiva na frente dos portões rubro-negros, mas a ideia não foi adiante.

E foi na boate mesmo que os atletas demonstraram sua indignação com o fim da equipe profissional de ginástica. O Flamengo se pronunciou pela manhã, quando o diretor executivo de esportes olímpicos Marcelo Vido disse que o clube se viu obrigado a tomar tal decisão em meio a um crescente rombo nas finanças. A justificativa foi questionada pelos atletas na coletiva.

“Eu não estou preocupado com salário melhor. O Flamengo é o clube que eu me formei, onde tenho o mesmo treinador há 19 anos. Tenho uma familiaridade com a nação. Todos sabem que somos flamenguistas. A questão toda é o carinho e respeito que não tiveram com os atletas”, criticou Diego Hypolito. “O salário de todos nós [seis atletas e um técnico] não dá o de um jogador de futebol”, reclamou.

Jade Barbosa seguiu a linha de críticas à diretoria e também mostrou indignação com a justificativa de falta de recursos financeiros. “O que o Flamengo gastou com a ginástica? Os aparelhos não foram colocados por eles. Colchão de trave é a mãe da Dani que faz, o collant era meu pai. Sempre foi assim”, explicou.

Mesmo com o fim do investimento, os seis atletas (Caio Campos, Daniele e Diego Hypolito, Jade Barbosa, Petrix Barbosa e Sérgio Sasaki) e o técnico Renato Araújo pretendem seguir no Rio de Janeiro. “A gente não vai se separar. Quem investir, vai encontrar uma equipe pronta, com atletas que são vitoriosos, todos de seleção brasileira”, disse o treinador.

O problema maior não é o de estrutura e ginásio, segundo os ginastas. “A gente tem local para treinar. O que pesa é o salário. A gente vive disso é o que paga nossas contas. Eu quero fazer um apelo para empresas, clubes, prefeitura, COB [Comitê Olímpico Brasileiro]. Eu quero ajuda mesmo”, pediu Jade Barbosa.

A atleta era a única que vinha treinando no Flamengo, que teve seu ginásio danificado após incêndio no fim do ano passado. Daniele Hypolito estava em Três Rios e a equipe masculina utiliza espaço cedido pelo Pinheiros, clube de São Paulo, para realizar as atividades – o acordo permanece até o próximo dia 23.

Fonte: Uol Notícias

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Exportações de alimentos caem US$ 300 milhões em agosto, aponta ABIA

A balança comercial da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) registrou uma queda de US$ 300 milhões nas exportações de alimentos industrializados em agosto, o que representa uma retração de 4,8% em relação a julho. No total, o setor exportou US$ 5,9 bilhões no mês. O principal fator para a queda foi a redução nas compras dos Estados Unidos, que importaram US$ 332,7 milhões em agosto — queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% na comparação com agosto de 2024. TARIFA Segundo a ABIA, o resultado reflete a nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros, além da antecipação de embarques em julho, antes da entrada em vigor da medida. Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil. Os produtos mais afetados foram: Açúcares: queda de 69,5% Proteínas animais: recuo de 45,8% Preparações alimentícias: baixa de 37,5% INFLEXÃO “O desempenho das exportações nos dois últimos meses evidencia uma inflexão clara: o crescimento expressivo de julho foi seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, afirmou João Dornellas, presidente executivo da ABIA. Segundo Dornellas, a retração indica a necessidade de o Brasil diversificar seus parceiros comerciais e ampliar sua capacidade de negociação. MÉXICO Com a queda nas exportações aos EUA, o México despontou como um dos mercados em ascensão. As exportações para o país cresceram 43% em agosto, totalizando US$ 221,15 milhões — cerca de 3,8% do total. O principal produto comprado pelos mexicanos foram proteínas animais. “O avanço do México, que coincide com a retração das vendas aos Estados Unidos, indica um possível redirecionamento de fluxos e a abertura de novas rotas comerciais, movimento que ainda requer monitoramento para identificar se terá caráter estrutural ou apenas conjuntural”, afirmou a ABIA. IMPACTO A projeção da entidade é de que os impactos da tarifa norte-americana se intensifiquem no acumulado de 2025. Entre agosto e dezembro, a estimativa é de uma retração de 80% nas vendas para os EUA dos produtos atingidos pela tarifa, com perda acumulada de US$ 1,351 bilhão. CHINA A China manteve a liderança entre os compradores de alimentos industrializados brasileiros, com importações de US$ 1,32 bilhão em agosto — alta de 10,9% sobre julho e de 51% em relação ao mesmo mês de 2024. O país asiático respondeu por 22,4% das exportações do setor no mês. OUTROS Outros mercados apresentaram desempenho negativo: Liga Árabe: queda de 5,2%, com US$ 838,4 milhões importados União Europeia: retração de 14,8% sobre julho e de 24,6% na comparação com agosto de 2024, com compras de US$ 657 milhões No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações do setor somaram US$ 36,44 bilhões, uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024. A principal causa foi a menor produção de açúcar durante a entressafra. SUCO Um dos poucos segmentos que registrou crescimento foi a indústria de suco de laranja, que não foi afetada pelas tarifas. Em agosto, o setor teve alta de 6,8% em relação a agosto de 2024, embora tenha recuado 11% frente a julho por causa da antecipação de embarques. EMPREGO A indústria de alimentos fechou julho com 2,114 milhões de empregos formais e diretos. No comparativo interanual, o setor criou 67,1 mil novas vagas entre julho de 2024 e julho de 2025, o que representa crescimento de 3,3%. Somente em 2025, foram abertos 39,7 mil postos diretos e outros 159 mil na cadeia produtiva, incluindo agricultura, pecuária, embalagens, máquinas e equipamentos.