05/04/2014 – Atualizado em 05/04/2014
Fiscais flagram trabalho análogo à escravidão em cruzeiro da MSC
Segundo MPT, trabalhadores cumpriam jornada de até 11 horas diárias, eram humilhados e sofriam assédio sexual
Por: IG São Paulo
O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou nesta terça-feira (1º) 11 trabalhadores em situação análoga à de escravo em um cruzeiro da MSC, no Porto de Salvador.
Segundo o MPT, os profissionais eram empregados da MSC Crociere, empresa que explora cruzeiros marítimos, e estavam a bordo do navio MSC Magnifica, que esteve na cidade baiana entre 8h e 17h.
A equipe cumpria jornadas de trabalho de até 11 horas diárias, sofria assédio moral, dentre outras irregularidades, na análise do MPT.
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As denúncias feitas por trabalhadores do navio vinham sendo apuradas desde o início do mês, quando uma primeira inspeção foi feita na embarcação no Porto de Santos, litoral paulista.
“Nos depoimentos, os 11 trabalhadores relataram que ficaram sujeitos a jornadas de trabalho de 11 horas ou mais, sem direito a folgas, e que sofriam constantemente assédio moral, com cobranças excessivas, humilhações, punições e até assédio sexual”, destaca nota do MPT.
A força-tarefa que realizou o resgate dos trabalhadores é composta por MPT, Ministério do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública da União e Secretaria Nacional de Direitos Humanos, com o apoio da Polícia Federal.
Procurada, a MSC Crociere informa, em nota, que está em total conformidade com as normas de trabalho nacionais e internacionais e está pronta para colaborar com as autoridades competentes.
“A MSC repudia as alegações feitas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, do qual não recebeu nenhuma prova ou qualquer auto de infração”, acrescenta a empresa.
