Para o projeto começar a tramitar, é necessário o apoio de ao menos 171 dos 513 deputados.
A exaustiva escala 6×1- seis dias de trabalho para um de descanso- pode estar com os dias contados. Uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC), liderada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), busca limitar a jornada semanal para 36 horas, distribuídas em no máximo quatro dias. A proposta conta com 132 assinaturas na Câmara dos Deputados, e precisa de 171 para ser protocolada oficialmente. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, dando mais tempo para lazer e desenvolvimento pessoal.
A proposta ganha força com o apoio popular: um abaixo-assinado do movimento “Vida Além do Trabalho” já ultrapassou um milhão de assinaturas, exigindo condições menos exaustivas. Além disso, foram convocadas manifestações para o próximo feriado, dia 15 de novembro, em várias cidades do Brasil. Organizadas por movimentos sociais, essas ações tem o objetivo de pressionar o Congresso a avançar com a PEC e mostrar o apoio da população à proposta.
Entre os deputados que apoiam a medida estão nomes como Airton Faleiro (PT-PA), Ana Paula LIMA (PT-SC), André Janones (Avante-MG) e Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ). Eles defendem que o novo formato 5×2 ou 4×3, com cinco dias de trabalho para dois de descanso ou até quatro para três, ajudará a reduzir o estresse e aumentar a produtividade sem reduzir salários. De acordo com Hilton, o modelo atual, adotado em várias profissões, já não se adequa às necessidades de saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Por outro lado, a proposta enfrenta resistências. Empresários e alguns setores políticos temem que a mudança possa aumentar custos, especialmente para negócios dependentes de jornadas extensas. Contudo, defensores da PEC argumentam que, com um dia extra de descanso, o trabalhador pode ser mais produtivo, reduzindo a incidência de doenças físicas e mentais causadas pelo trabalho excessivo, e trazendo benefícios a longo prazo para empresas e para a economia.