Internacional – 29/02/2012 – 15:02
O Exército sírio lançou uma ofensiva terrestre contra o bairro rebelde de Baba Amr, reduto rebelde na cidade de Homs, alvo de bombardeios e intensa ofensiva há 25 dias.
Segundo fontes de segurança sírias, o bairro seria “limpo” dentro de algumas horas e o Exércitoteria buscado opositores “quadra por quadra, casa por casa”. “Agora os soldados estão verificando cada porão e túnel em busca de armas e terroristas”, disse uma fonte militar à agência France Presse, ao explicar que “ainda restam alguns focos de resistência por eliminar”.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), houve “combates no perímetro de Baba Amr entre o Exército regular e grupos de desertores que querem impedir o ataque ao bairro”. Além dos combates, ativistas disseram ter ouvido explosões e tiros em outros bairros de Homs.
“O Exército está tentando entrar com a infantaria na direção do campo de futebol do Al Bassel, e intensos combates com rifles automáticos e metralhadoras estão ocorrendo por lá”, disse o ativista local Mohammad al Homsi.
O bairro de Homs amanheceu sob bombardeios depois de uma noite de relativa calma. Segundo militares, as forças sírias conseguiram interromper uma rota clandestina através da qual chegavam provisões, fazendo com que o acesso fosse suspenso. Opositores do regime do presidente Bashar al-Assad, outra fonte da oposição disse que centenas de combatentes do Exército Sírio Livre resistem na área entre os bairros de Baba Amr e Al Inshaat, que também está sob cerco militar.
O regime tem enviado nos últimos dias novos reforços a Homs, onde os meios de comunicação foram cortados na noite de terça-feira. Na madrugada desta quarta-feira, houve manifestações em Damasco em apoio às cidades sírias sitiadas, informaram militantes.
Vários jornalistas ocidentais estão retidos em Baba Amr, embora ativistas sírios tenham conseguido na terça-feira levar o fotógrafo britânico Paul Conroy para o Líbano.
Na terça-feira, a violência no país deixou ao menos 48 mortos, 33 deles civis, em sua maioria em Homs, indicou o OSDH. Os relatos sobre Baba Amr não puderam ser verificados de forma independente devido às restrições impostas pelo governo ao trabalho da imprensa na Síria, palco de protestos contra o regime de Assad.
Ajuda humanitária
Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, houve entrega de mantimentos a civis na terça-feira em Homs e Idlib, mas a distrubuição de mantimentos é difícil, devido aos conflitos armados entre opositores e forças leais a Assad. A chefe para ajuda humanitária das Nações Unidas, Valerie Amos, disse que a Síria negou repetidos pedidos para entrada de observadores e profissionais de ajuda humanitária da ONU.
De acordo com o OSDH, houve bombardeios também na localidade sitiada de Rastan, 20 km ao norte de Homs. Segundo ativistas ainda, soldados e milícias pró-Assad também atacaram a localidade de Helfaya, reduto oposicionista próximo a Hama, além de terem vasculhado o subúrbio de Harasta, no leste de Damasco.
Segundo estimativa da ONU, o número de mortos vítimas da violência no país deixou mais de 7,5 mil mortos. Cerca de 25 mil refugiados, segundo registros da ONU, estão em países na fronteira com a Síria. Além disso, entre 100 mil e 200 mil estão desabrigados dentro do país.
Fonte: iG