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Executivos usam blogs para dialogar com o público e discutir temas financeiros

Economia – 21/03/2013 – 12:03

Não faz muito tempo, uma pessoa do governo de Angola enviou uma mensagem para Ricardo Torres perguntando como a taxa básica de juros de um país é formada. Por ser uma situação um tanto quanto inusitada, juntamente com a resposta, o diretor da Norfolks Advisory e professor de MBA da BBS Business School pediu permissão para reproduzir a conversa em seu blog sobre mercado de capitais — chamado “Trading Cafe”.

Assim que a autorização foi dada, logo se transformou em um post. A inspiração para o toc-toc no teclado do computador pode vir dos mais diferentes lugares, segundo Torres. Às vezes, uma pergunta de um aluno em sala de aula ou um artigo de jornal são suficientes para que o executivo descreva as suas opiniões na página virtual. “O meu objetivo é tentar ser o mais didático possível na hora de comentar as notícias. É como se eu e o leitor estivéssemos tomando um café”, conta.

Getty Images  O empresário Abílio Diniz também usa o espaço virtual para fazer declarações e responder leitores

Não é à toa que os leitores do blog não se restringem ao Brasil. “Tem muita gente do Japão e de Angola que me lê — e até mesmo do Alasca e da Indonésia. É engraçado porque eu não os conheço”, conta. “Eles me procuram para entender um pouco melhor o rumo da economia brasileira”, acrescenta o especialista. “Tento sempre alertar os leitores sobre os riscos que podem correr e como proteger o capital. Para isso, analiso a extensão do impacto de certas notícias.” É o caso do confisco do dinheiro no Chipre, que ele acredita que tem efeito direto no Ibovespa, por exemplo.

Lícia Egger, consultora de etiqueta da Intra Consultoria Empresarial, conta que alguns assuntos devem ser evitados on-line. “Temas como futebol, religião, sexo e política podem ser mal interpretados e causar constrangimento para o profissional”, destaca a especialista. “O alerta serve principalmente se a pessoa trabalha em uma empresa, já que isso pode trazer problemas com os subordinados e os pares”, acrescenta. Se o executivo quiser expor as suas ideias na internete, é importante que esteja pronto para receber críticas e respostas nem sempre tão educadas.

Outro cuidado importante é com relação à segurança. Quando se descreve a rotina de tarefas, a exposição pode se tornar alvo de sequestro, segundo Lícia. “Acho que a pessoa não deveria revelar o lugar onde trabalha. É difícil falar em anonimato em internet, mas, quanto mais se preservar, melhor”, afirma. “Outro problema é com quem faz muita piadinha na internet. Os leitores podem achar que é engraçadinho, mas, no local de trabalho, o executivo pode ser visto como infantil”, acrescenta.

Outro executivo que escreve suas opiniões, no mundo virtual, é Renato Chaves, que atua em vários conselhos de administração e fiscal de empresas de capital aberto. Já trabalhou na BB DTVM e no BB Investimentos, além de ter sido diretor de participações da Previ — hoje, é diretor de uma sociedade anônima e desenvolve atividades docentes, além de consultorias eventuais na área de governança corporativa.

O blog fala sobre governança e o espaço pretende também funcionar como um fórum de estímulo ao ativismo societário. Em posts recentes, Chaves discutiu questões como comitês de assessoramento, termos de compromisso e insider traders.

“O que os nossos reguladores têm que entender, e quem fala é alguém regulado há quase 20 anos, é que não adianta destinar o valor do dano moral coletivo a ser pago para a promoção de campanhas educativas contra o crime de insider trading. A única campanha educativa que funciona é a pancada, com o seguinte enredo: abertura de processo administrativo sancionador, julgamento, condenação com multa e, principalmente, a tão temida inabilitação”, escreveu.

O empresário Abílio Diniz também usa o espaço virtual para fazer declarações e responder leitores. Respondendo à pergunta sobre o seu maior desafio, o executivo disse que foi “construir o Pão de Açúcar pela segunda vez em 1990. Reconstruir tudo aquilo foi um trabalho que exigiu uma nova visão de mundo e, sobretudo, uma dose elevada de humildade.”

“Felicidade é tudo na vida. E o caminho que eu escolhi para buscar essa felicidade está baseado nos seis pilares que eu considero essenciais para uma melhor qualidade de vida – alimentação equilibrada, exercícios físicos, uma vida sem tensão, e, sobretudo, o amor, a fé e o autoconhecimento”, responde a outro leitor.

Fonte: IG

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