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Ex-BBBs, jogadores, dançarinas e até o filho do Tiririca disputam a eleição em 2012

Geral – 25/05/2012 – 17:05

Entra eleição, sai eleição, jogadores de futebol, pagodeiros, funkeiras e músicos de todas as vertentes, dançarinas, atores, comediantes, apresentadores de TV, ex-BBBs (participantes do programa de TV Big Brother Brasil) e qualquer um que se enquadre na definição moderna de “celebridade” ou “famoso” engordam a lista dos candidatos que tentam a sorte nas urnas. Muitas vezes conseguem se eleger, mesmo sem plataformas claras para seus mandatos.

Everson de Brito Silva, o palhaço Tirulipa, tentará uma carona na fama do pai, o deputado federal mais votado do país em 2010, palhaço Tiririca, para conseguir uma vaga na Câmara Municipal de Fortaleza. Filiado ao PSB desde 2011, Tirulipa diz que pretende desenvolver projetos na área de cultura.

O humorista Heitor Martins Sugimoto, conhecido por seu papel como Pit-Bitoca, já assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Taubaté (a 140 quilômetros de São Paulo) como suplente, em 2011. Agora em 2012, no PTN, busca um mandato integral.

A dançarina de axé Cissa Chaggas, mais conhecida como Mulher Maravilha, será candidata pelo DEM a uma vaga na Câmara Municipal de Salvador em 2012.

Candidata derrotada a deputada federal em 2010, a dançarina e cantora Suéllem Rocha (PT do B), a Mulher Pera, partiu para o corpo a corpo com o eleitorado durante a campanha. Em 2012, a mulher fruta tentará uma vaga na Câmara Municipal da cidade.

Charles Henrique, conhecido por seu papel como Charles Henriquepédia no programa humorístico Pânico na TV, será uma das opções que os cariocas terão este ano nas eleições para vereador. Estreante nas urnas, foi convidado pelo PTB por conta de sua suposta capacidade de angariar votos para a legenda.

O ex-jogador de futebol Washington Cerqueira resolveu tentar entrar para a política este ano. O atacante, com passagens pelo São Paulo e Fluminense entre outros grandes clubes, vai testar sua popularidade nas urnas em Caxias do Sul (RS), como candidato a vereador pelo PDT.

Kiko (PSD) ainda não conseguiu repetir nas urnas o sucesso que fez entre as adolescentes com a banda KLB. O cantor tentou uma vaga na Assembléia Legislativa de São Paulo em 2010, mas não se elegeu. Promete tentar entrar para a política de novo, desta vez em uma vaga de vereador na capital paulista, pelo PSD.

O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, ídolo da torcida do Corinthians, ainda faz mistério se tenta ou não uma cadeira de vereador em São Paulo em 2012. Aposta do PSB para puxar votos na sigla como candidato a deputado federal em 2010, Marcelinho surpreendeu a direção do partido ao conseguir apenas 62 mil votos e não ser eleito.

Ídolo da torcida do Botafogo do Rio de Janeiro, Túlio Maravilha se elegeu vereador em Goiânia em 2008 pelo PMDB. No ano passado, renunciou ao cargo para defender o Bonsucesso em busca do “milésimo” gol.

O ex-BBB Daniel Rolim ganhou a simpatia do público no BBB 11 por conversar e dançar com um coqueirinho na casa mais vigiada do Brasil. Sobrevivente dos paredões e um dos finalistas do programa, Daniel foi convencido pela cúpula do PR em Recife a tentar uma vaga na Câmara Municipal em 2012

Em 2012, este fenômeno deve se repetir com força total. Inspiradas pelo sucesso do deputado federal mais votado do país em 2010, Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), mais conhecido como o palhaço Tiririca, várias celebridades, veteranas e novatas em eleições, já confirmaram que serão candidatas neste ano.

O filho de Tiririca, Everson de Brito Silva, mais conhecido com o palhaço Tirulipa, é um deles. Filiado ao PSB desde 2011, tentará agora em 2012 uma cadeira na Câmara Municipal de Fortaleza. “Cada um tem sua opinião. Meu pai foi alvo de críticas durante toda sua campanha, e hoje ele mostra seriedade. Não faltou em nenhuma sessão da comissão dele”, diz. “Vou realizar trabalhos na área de cultura. Tenho um circo itinerante, já fazemos um trabalho social nos bairros que visitamos”, afirma o palhaço.

Vera Chaia, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e pesquisadora do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), enxerga o fenômeno com ressalvas. “É um jeito de obter votos, um chamariz para o partido, já que estes candidatos geralmente não tem nada a dizer, não tem proposta politica”, diz. “Existem, no entanto, exceções. O Tiririca, por exemplo, surpreendeu. Esta na comissão de educação, nunca perdeu uma sessão. O Romário é outro, tem sido bem crítico com os desmandos da Fifa em relação à Copa do Mundo no Brasil; e o Jean Willis [ex-BBB], que sempre teve um envolvimento político e continua com esta militância”, afirma a professora.

“O problema não é o candidato celebridade em si, mas a legislação, que permite que eles puxem outros candidatos que não obtiveram votos suficientes, o que gera uma certa distorção”, diz Vera.

Para o professor Octaciano Nogueira, da UnB (Universidade de Brasília), a falta de cultura cívica do brasileiro explica a eleição destes candidatos, que considera um fenômeno de despolitização. “O eleitor brasileiro não sabe discernir as qualidades necessárias para que um candidato seja um bom político. O eleitor não tem critério”, diz.

Segundo o professor, a falta de interesse e participação dos cidadãos na política e na vida pública explica o fenômeno, que não é recente. “Nos anos 1950, São Paulo elegeu um rinoceronte como vereador, o Cacareco”, afirma Nogueira. “Acredito que o maior desafio cívico do Brasil hoje é justamente criar esta consciência de participação na vida política. O eleitor, quando quer desmoraliza as eleições com este tipo de voto inusitado, consegue. Só que isto não é bom para o país”, afirma Nogueira. “Não podemos ter preconceito. Às vezes dá certo, como no caso do Tiririca”, diz. “Mas geralmente dá errado e o resultado é isso [esta câmara] que temos aí.”

Puxadores de voto

O lançamento dessas candidaturas para cargos legislativos é uma estratégia dos partidos para conseguir eleger políticos profissionais através do coeficiente eleitoral. As eleições para vereador, deputado federal e deputado estadual são proporcionais. Isso significa que para eleger um candidato, o partido deve atingir um número específico de votos, que varia de acordo com a cidade ou estado.

Assim, os candidatos que recebem mais votos que o necessário para se eleger transferem para os outros candidatos do partido os votos excedentes. Logo, celebridades conhecidas são potenciais puxadores de voto. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o PR de São Paulo nas eleições de 2010. Tiririca se elegeu deputado federal pela legenda com 1.353.367 votos.

Como o coeficiente eleitoral no Estado era de 304.533 votos, ele transferiu 1.048.834 de votos para o partido e ajudou a eleger outros três candidatos da coligação. Entre eles, o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), que em 2005 renunciou ao mandato em meio a acusações de envolvimento no escândalo do mensalão.

Fonte: Bol

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