O governo federal atualizou as estimativas sobre o impacto financeiro das emendas — os chamados “jabutis” — inseridas pelo Congresso no projeto de regulamentação da energia eólica offshore. Segundo apuração da CNN Brasil, o custo total dessas medidas deve superar R$ 525 bilhões até 2040, com uma média anual de R$ 35,06 bilhões, acima dos R$ 32 bilhões inicialmente previstos.
A maior parte desse custo está relacionada à obrigatoriedade de contratação de usinas termelétricas a gás natural, que somam R$ 20,6 bilhões por ano, totalizando R$ 309 bilhões em 15 anos. A contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) acrescenta R$ 12,4 bilhões anuais, chegando a R$ 186 bilhões até 2040. Juntas, essas medidas representam mais de 94% do impacto financeiro projetado.
Outros dispositivos que também elevam os custos incluem usinas de hidrogênio verde (R$ 1,2 bilhão/ano), eólicas adicionais fora da regulamentação principal (R$ 260 milhões/ano) e a prorrogação do programa Proinfa (R$ 600 milhões/ano).
Especialistas e associações do setor elétrico criticam a inclusão desses “jabutis”, apontando que distorcem o marco regulatório originalmente focado na energia eólica offshore. Segundo eles, a imposição de contratos compulsórios e subsídios cruzados pressionados por lobbies do gás e das PCHs pode encarecer estruturalmente a tarifa de energia no Brasil e dificultar a transição energética.
Com informações InfoMoney