17/07/2014 – Atualizado em 17/07/2014
Adolescente carregava anticorpos que atacavam órgão transplantado
Por: BBC Brasil / R7
Em uma operação inédita na Grã-Bretanha, uma jovem de 14 anos teve seu sangue removido, filtrado e reinserido no corpo para possibilitar um transplante de rim.
Nascida com insuficiência renal, Megan Carter recebeu o primeiro transplante em 2011, mas o novo órgão teve de ser removido no dia seguinte porque seu organismo o rejeitou. A menina carregava anticorpos que atacavam o órgão transplantado.
Desde o transplante mal sucedido, ela vinha sendo submetida a diálises. Os chamados antígenos leucocitários humanos são comuns em adultos, sendo produzidos em resposta a transplantes, gravidezes ou doações de sangue.
Quanto mais anticorpos deste tipo uma pessoa tiver, menores as chances de um transplante ser bem sucedido.
Ao longo de uma semana, o sangue de Megan foi removido, filtrado e reintroduzido no corpo por meio de um novo tratamento conhecido como plasmaferese.
Depois do procedimento, ela pôde receber um novo rim, doado por seu pai, Edward Carter.
‘Voltou à vida’
Segundo a mãe de Megan, Carol Carter, a menina “voltou à vida” desde que recebeu o transplante, há três meses, no hospital infantil Great Ormond Street, em Londres.
— Seus cabelos estão sedosos, seus olhos voltaram a brilhar e ela não está mais pálida. É a menina que sempre deveria ter sido.
A partir de agora, a jovem precisará de medicamentos fortes para garantir que seu sistema imunológico não ataque o novo rim.
O pediatra Stephen Marks explicou que “na maioria dos transplantes usamos três medicamentos para reduzir a ação dos mecanismos de defesa do corpo”.
— Neste caso, usamos quatro e eles são bem mais fortes.
O cirurgião Nizam Mamode disse esperar que o transplante melhore a qualidade de vida da adolescente.
— Apesar de este ser apenas o primeiro caso, esperamos oferecer a outras crianças na mesma situação uma nova oportunidade de vida.
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