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Depois do neto prematuro, avó faz polvos de crochê para recém nascidos da UTI

27/04/2017 09h07

Proposta para acalmar bebês surgiu na Dinamarca e ganhou força nas redes sociais

Por: Campo Grande News

Daniel veio de surpresa, um pouquinho antes do planejado, e nasceu na Santa Casa de Campo Grande, com 33 semanas, fazendo de Marilisa uma avó coruja pela sexta vez. Professora com um histórico de voluntariado, ela aproveitou uma ideia que tem circulado nas redes sociais para acalmar não só o neto, mas outros bebês da UTI: começou a fazer polvos de crochê.

“Coincidiu que eu tinha visto essa notícia quando ele nasceu. No hospital, não tínhamos autorização para levar o polvo, mas quando o Daniel saiu, foi feito e ele gostou muito”, conta Marilisa Mucke Alves, de 56 anos.

Pelo que ela acompanhou na web, a ideia veio de um hospital dinamarquês e já se espalhou pelo Brasil. Os polvos ajudam bebês prematuros a se sentirem mais seguros e calmos nas incubadoras.

“Achei bem legal os benefícios que tem dado, em relação aos batimentos cardíacos e como eles se acalmam, dormem e também engordam mais. A impressão que eles têm remete ao cordão umbilical”, explica.

Em casa, a nora, mãe de Daniel, comprova. “Ajuda muito, porque ele se assustava bastante. Então, segura os tentáculos com a mãozinha e dorme com ele”, descreve Crissia Mendes Mucke, de 29 anos.

Depois do primeiro polvo, Marilisa quis estender o bichinho aos outros bebês e levou a proposta para a Santa Casa. “Falei com uma assistente social e eles aceitaram fazer a experiência aqui”, fala. Com isso, ela convocou amigas para se voluntariar no projeto. Por enquanto, são 12 pessoas ajudando ou com doação de material ou com mão de obra.

“Cada uma tem feito na sua casa, hoje foi nossa primeira reunião para vermos quantos têm e como está ficando”, conta. Atualmente, a UTI neo-natal está com oito bebezinhos.

A vontade de ajudar não só os pacientes como também os familiares de quem está internado vem de muitos anos. Marilisa foi voluntária da equipe da esperança durante uma década, depois que viveu na pele o que é ficar dentro de um hospital.

“Meu marido tinha câncer e o tratamento dele era em São Paulo. Então era ruim ficar lá sozinha. Eu pensava: poxa, se tivesse alguém para vir conversar comigo”, recorda. De volta à capital, ela procurou onde poderia fazer esse trabalho. “Quando ele faleceu, eu disse: vou trabalhar no hospital e fazer isso que eu queria que alguém tivesse feito comigo”, completa.

Uma das amigas voluntárias é a costureira Tomázia Villanova, de 71 anos. “Quando ela me chamou eu disse ‘claro, vou ajudar e faz assim: você tem que fazer a argolinha, aí faz seis pontinhos em cima e depois põe 12, 18, 24 e 32, aí faz 15 carreiras e diminui para a cabecinha, deixando o buraquinho e depois os tentáculos'”, explica.

Quando não está costurando a trabalho, Tomazia vai se distrair com os polvinhos. “Significa muita coisa para quem vai receber, a mãe vai ficar muito feliz com este carinho”, acredita.

Coloridinhos e bem macios, os polvos devem chegar esta semana à Santa Casa. Para quem passou pela experiência de acompanhar um prematuro internado, ver o filho numa incubadora não é nada fácil. “É um lugar muito tenso, se você leva alguma coisa diferente, distrai e tem um valor muito grande para a gente que está lá tão sensibiliza, que qualquer ato de carinho é enorme”, encerra Crissia.

Quem quiser ajudar na confecção, pode mandar entrar em contato com Marilisa pelo celular: 9-9615-9655.

Daniel dorme com as mãozinhas agarradas no polvo de crochê. (Foto: Alcides Neto)

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