A Penitenciária Masculina de Regime Fechado da Gameleira II (PEMRFGII), em Campo Grande, foi palco na última segunda-feira (14) do lançamento da 1ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional em Mato Grosso do Sul. A iniciativa, de alcance nacional, utiliza o cinema como ferramenta de transformação social e reintegração para pessoas privadas de liberdade.
Com curtas-metragens de até 20 minutos, seguidos por rodas de conversa e dinâmicas educativas, a mostra propõe reflexões sobre dignidade, cidadania e direitos humanos. A ação também será levada ao Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFFIZ), ainda nesta semana.
Coordenado nacionalmente pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) e promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o projeto tem como tema “Viver com dignidade é direito humano”. No estado, a execução é feita pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), por meio da Divisão de Assistência Educacional.
Segundo o facilitador das atividades, Carlos André dos Santos Pereira, da Senappen, a mostra vai além da exibição de filmes. “É um espaço de escuta, de diálogo e de promoção da arte nos presídios. Representa o compromisso com uma política penitenciária mais humana e inclusiva”, destacou.
A diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, reforçou o impacto da iniciativa na autoestima dos custodiados. “Uma vida resgatada representa a transformação de várias outras. É um investimento social”, afirmou.
Evandro Mota, diretor da Gameleira II, ressaltou que segurança e tratamento penal devem andar juntos. “Essa mostra reafirma que o sistema prisional pode ser também um espaço de reconstrução de histórias e redução da criminalidade”, pontuou.
A participação dos internos é voluntária e conta como remição de pena. Ao final das sessões, eles escrevem resumos sobre as obras assistidas, estimulando o pensamento crítico e a expressão pessoal.
A Mostra integra o Plano Nacional Pena Justa e conta com apoio de instituições como o Ministério da Justiça, o Conselho Nacional de Justiça, o PNUD e a Universidade Federal Fluminense. Em Mato Grosso do Sul, o projeto reforça o compromisso do Estado com políticas públicas mais inclusivas dentro do sistema prisional.
Com informações Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul