Economia – 07/06/2012 – 09:06
Fato novo neste Dia dos Namorados, as operadoras de cartão que estão anunciando a ampliação do parcelamento oferecido aos consumidores. Redes como a Cielo e Redecard já possuem linhas de crediários feitas direto nas máquinas e possibilitam compras em até 48 prestações nas lojas. Assim, em uma analogia fácil, muitos namoros irão acabar antes das parcelas das compras. Será que vale a pena este risco?
Apesar das empresas afirmarem que os juros são baixos, é preciso ficar atento visto que quem tem prestações, paga juros, quem paga juros gasta mais dinheiro e pode se tornar uma pessoa inadimplente.
Estar endividado não é um problema, mas estar endividado sem ter pleno domínio do dinheiro que entra e o dinheiro que sai do seu bolso é sem dúvida um grande problema.
Esse novo fato vem se somar a outros já preocupantes, segundo dados do Banco Central, em 2011 cresceu a inadimplência no Brasil, principalmente para as pessoas físicas, que avançou para 7,3% em dezembro – o maior patamar em quase dois anos, segundo números do Banco Central. O problema mais grave é em relação as operações com cartões de crédito, nas quais a inadimplência somou 26,7% no fim do ano passado, mais do que três vezes a média de pessoa física.
Assim, o cartão de crédito apesar de ser uma ferramenta importante, vem sendo considerado o grande vilão para a inadimplência de milhões de brasileiros. Contudo, esta é uma ideia errada, os cartões são na verdade um meio de compra altamente seguro e eficaz. O problema está na ausência de educação financeira dos consumidores, aprendemos a consumir e não a poupar.
Lógico que as taxas de juros são altas, porém, todos sabemos disso e mesmo assim abusam desta ferramenta de consumo. Como é difícil assumir os próprios erros é comum ouvir de consumidores que o problema é o cartão de crédito e não o que se comprou com ele.
É necessário que se tenha a consciência que esse importante instrumento é um agente que, se bem utilizado, pode lhe render muitas vantagens, seja no prazo de pagamento, seja em seus benefícios. Só que é necessário não cair nas linhas de crédito que são oferecidas pelas operadoras, pois os juros cobrados ultrapassam 230% ao ano.
Para que isso seja possível, veja alguns pontos que devem ser levados em conta na hora de utilizar o cartão de crédito:
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O limite do cartão de crédito deve ser sempre inferior ao salário mensal, sugiro no máximo 50% do ganho.;
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Nunca pagar a parcela mínima, quando isso tiver que acontecer é preciso buscar outra linha de crédito com juros menores;
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Cuidado, trocar uma linha de crédito com juros altos para juros baixos, pode ser usado como estratégia, mas é preciso combater a causa do problema que gerou esta situação;
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É preciso ter consciência na hora de consumir, sempre pergunte se realmente precisa disto, se tem dinheiro para comprar e se tem como pagar a fatura total do cartão no seu vencimento;
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É preciso ter consciência na hora de consumir, sempre pergunte se realmente precisa disto, se tem dinheiro para comprar e se tem como pagar a fatura total do cartão no seu vencimento;
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É preciso controlar o parcelamento feito no cartão, muitas vezes estas prestações já estão comprometendo quase todo seu ganho, confira e fique atento;
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Negociar e se possível pedir isenção da taxa de anuidade do cartão de crédito, hoje é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção;
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Para quem tem salário fixo é importante ter apenas um cartão e no máximo três para aqueles que possuem ganhos esporádicos, se possível com vencimentos nos dias 10, 20 e 30 de cada mês;
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Busque pelos benefícios que o cartão de crédito pode oferecer, sejam prêmios ou milhagens;
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Evite compras no exterior com cartão de crédito, 6,38% é a taxa de IOF (imposto sobre operação financeira) sobre a compra.
Assim como o cheque e o dinheiro, o cartão de crédito é um meio de compra e não podemos deixar de tê-lo e sim devemos aprender a usá-lo com consciência, educação e muita responsabilidade.
Reinaldo Domingos, Educador e Terapeuta Financeiro, autor dos livros Terapia Financeira, Livre-se das Dívidas, O Menino do Dinheiro – Sonho de família, O Menino do Dinheiro – Vai a escola, Ter Dinheiro não tem segredo, O Menino o dinheiro e os três cofrinhos e da primeira Coleção didática de Educação Financeira para o ensino básico, Presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, www.dsop.com.br
Fonte: DSOP Educação Financeira