Policial – 02/02/2012 – 09:02
Em depoimento prestado nesta quarta-feira no Departamento de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil, o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confessou que se sente ameaçado pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, investigado por arquitetar um suposto plano para matar, além de Moreira, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues do Fórum de Contagem (MG); o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG); o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, representante de Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio; e também o advogado Ércio Quaresma, ex-defensor de Bruno, atual advogado do próprio Bola.
Moreira afirmou que o medo de sofrer um atentado o levou a mudar a rotina. “É sempre bom ter cautela. Quem não tem medo? Não saio tanto como saía antes, não fico de bobeira em certos lugares”, disse. “Já fui ameaçado diversas vezes, direta e indiretamente, e continuo recebendo ameaças de várias pessoas. Mas como policial, se eu tiver medo, eu tenho que ir embora. Quem está vivo, só tem um fim: a morte. Isso é certo. Então, se chegou a minha hora, vamos enfrentar. Não quero não, mas o que posso fazer?”, relatou.
O delegado diz acreditar que Bola seja capaz de organizar o crime. “Foi provado isso. Já está na Justiça. Está provado que ele é um homicida contumaz. Se tem disposição? Tem. Depois que o Bola foi exposto na mídia, aí apareceram testemunhas de muitos homicídios que ele praticou”, lembrou.
O suposto plano foi denunciado pelo detento Jaílson Oliveira, da penitenciária Nelson Hungria, em abril do ano passado, e contaria com o auxílio do traficante Nem, da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Moreira não confirmou ameaças de Bola. De acordo com o delegado Islande Batista, chefe do Deoesp, ainda faltam mais duas supostas vítimas serem ouvidas: a juíza Marixa e o advogado José Cavalcanti. Preso, Nem deverá prestar depoimento na penitenciária de Campo Grande, até a próxima semana.
Fonte: TERRA