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terça-feira, 30 de abril, 2024

Coisas e Causos: entrevista histórica com Marques Neto, ex-vereador de TL e ex-prefeito de Brasilândia

27/04/2016 – Atualizado em 27/04/2016

84 anos, Farmacêutico, Professor de História e Filosofia e Bacharel em Direito.

Por: Neto/Redação

A história de um povo é o seu maior tesouro, oportunidades de ouvir relatos da cidade em que se nasce ou reside, de pessoas que viveram tais momentos, certamente é única e inesquecível. Com o objetivo de resgatar tais histórias, a Rádio Caçula organizou na grade do Programa Linha Direta com a Notícia, apresentado por Romeu de Campos Júnior, o quadro “Coisas e Causos”. A pedido do jornalista o primeiro convidado foi Marques neto, ex-vereador de Três Lagoas e ex-prefeito de Brasilândia.

Marques Neto, 84 anos, Farmacêutico formado na escola do Exército, Professor de História e Filosofia e Bacharel em Direito. Fundador da Droga Lapa (quarta farmácia inaugurada em Três Lagoas).

Lembranças – Tenho muitas, vou iniciar falando da amizade de 60 anos que mantive com o seu pai, Romeu de Campos, jovem Tenente do Exército que veio de Aquidauana para assumir o posto de rádio telegrafista na agência dos Correios, homem íntegro, batalhador, honesto, amigo inesquecível, seu pai trabalhava em um posto de atendimento que ficava no aeroporto, atualmente Avenida Clodoaldo Garcia, nossa parceria fortaleceu quando montei o serviço de alto falante chamado “Alto Falante Bom Jesus da Lapa”, na época em que foi inaugurada a primeira emissora de rádio na cidade, Romeu era o técnico responsável pelo equipamento. Outra lembrança marcante era a lagoa, que ainda não estava drenada e invadia metade da cidade e por ela atravessavam as grandes boiadas.

Relembrou de funcionários que trabalharam na FAB (Força Aérea Brasileira) e Panair, nomes, apelidos e curiosidades sobre personagens da história de Três Lagoas

Trajetória profissional – Trabalhei na ferrovia, depois montei minha farmácia em 1960, início da construção da usina de Jupiá, época que não havia recursos na saúde para a população, tinha um dentista prático João Dantas Filgueiras e eu. “Me sinto honrado e feliz por ter ajudado muita gente com meu conhecimento farmacêutico, principalmente os da área rural, na época não existiam os distritos de Arapuá e Garcia” disse ele.

Trajetória Familiar Graças a Deus, minha família foi constituída em terras três-lagoenses.

Trajetória Política – Sempre gostei de política, meu primeiro voto foi aos 18 anos de idade, em 1950, gostava de frequentar a casa do saudoso Elviro Mancini, quartel general do PSD, onde muitos procuravam refúgio. Em 1962 fui eleito vereador de Três Lagoas com 1286 votos, e devido ter apoio dos moradores de Brasilândia, trabalhamos para elevar o local a Distrito e em seguida emancipamos a município. Fui o primeiro prefeito de Brasilândia, sinto-me realizado, e sou homenageado em todos os aniversários daquele município.

O mito Camisa de Couro – Camisa de Couro foi um personagem criado por alguns fazendeiros na época. Andava com dois revólveres na cintura e não respeitava policiais, então se espalhou certo pavor nos locais onde ele chegava”. Era um coitado, quando chegou na cidade, algumas histórias baseadas nas façanhas de Lampião na região Nordeste, surgiram como autoria dele, e ele por sua vez, gostava de bancar o personagem das histórias, e o aconselhei por diversas vezes para se afastar dessa fama, mas ele dizia que não tinha medo, assim, alguns fazendeiros propiciaram condições para que ele se tornasse pistoleiro e matador, mas ressalto que ele nunca matou ninguém, eu nunca vi uma vítima dele e desafio alguém que tenha visto.

Quem matou Camisa de Couro? – Existem muitas histórias, a mais próxima da realidade relata que a região era local propício para esconderijo oriundos dos estados de São Paulo e Goiás, em 1961, alguns desses elementos organizaram emboscada em frente a antiga prefeitura, local que o Camisa de Couro costumava estacionar seu Jipe para apreciar a chegada do trem de passageiros (atração da época) e o mataram.

“Os pistoleiros eram tão profissionais na arte de matar, que no veículo estava o passageiro João Carabina, que teve apenas um braço atingido, até hoje tem marcas de bala nas paredes da antiga prefeitura” relata Marques.

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ASSISTA A ENTREVISTA HISTÓRICA

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Marques Neto durante a entrevista na Rádio Caçula

Toninha Campos, Marques Neto e Romeu de Campos Júnior

https://youtube.com/watch?v=YC1inXcn4D4

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