Geral – 28/02/2012 – 07:02
A pesquisadora Juliana Souza, 23, ficou pouco mais de um mês na Estação Antártica Comandante Ferraz (de 7 de janeiro a 13 de fevereiro deste ano) para realizar uma pesquisa sobre pinguins. Segundo ela, que acompanhou do Rio de Janeiro toda a repercussão da explosão que matou dois militares, o clima na base de pesquisa era de “uma verdadeira casa”.
“Fazíamos tudo juntos, café da manhã, almoço e jantar. Compartilhávamos os ambientes: sala de estar, biblioteca, academia, sala de informática e a cozinha. Éramos como uma grande família”, disse ela.
Juliana participa do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), criado em 1982, para promover a pesquisa científica na Antártida. A pesquisadora, especificamente, trabalha no Projeto Pinguins e Skuas, que estuda a vida das aves marinhas.
Ao receber a notícia da tragédia, diz a pesquisadora, ela até pensou que fosse brincadeira. “Recebi uma ligação no sábado (25) por volta do meio dia e disseram que havia acabado tudo, que não tinha sobrado quase nada e que todo o pessoal voltaria hoje. Imaginei que algum colega do Rio poderia estar me passando um trote e liguei direto para a estação. Só tive certeza quando falei com a Adriana — do mesmo projeto que eu trabalho – que confirmou a história.”
Juliana ressalta que a estação era um lugar onde se estudava de tudo, como, por exemplo, algas e mamíferos marinhos. Quanto à sua pesquisa com pinguins, ela contou que muito material foi deteriorado. “Tudo que foi realizado nessa terceira fase do nosso projeto foi perdido, tanto amostras como equipamentos. Todos saíram da estação apenas com a roupa do corpo.”
Estrutura da base
Juliana disse que havia cerca de 60 pessoas na Estação Antártica Comandante Ferraz durante o período que ficou por lá. “Havia 15 militares do grupo-base, 12 do arsenal de Marinha, um alpinista, um representante do Ministério do Meio Ambiente e 32 pesquisadores.”
Sobre a segurança, ela relatou que tudo era muito controlado. “Nossa principal regra era nunca sair da estação sem autorização do chefe. A maior preocupação lá é com o clima, que muda de repente”, disse a pesquisadora.
Fonte: UOL