08/03/2016 – Atualizado em 08/03/2016
“A primeira impressão é a que fica”
Por: Neto/Ana Carolina Kozara/Redação
CEMITÉRIO PÚBLICO MUNICIPAL
A reportagem Rádio Caçula encontrou no cemitério municipal da cidade, muita sujeira e mato entre os túmulos, em uma visível falta de manutenção e falta de prestação de serviços de limpeza, que deveriam ser oferecidos para a população de forma gratuita.
“A primeira impressão é a que fica”, essa frase resume o teor das denúncias sobre o mato que toma conta das ruas entre os túmulos, impossibilitando o trânsito das pessoas que visitam seus entes queridos que ali estão. Em alguns lugares o mato tomou conta dos túmulos, ficando somente a lápide visível, quando não estão parcialmente destruidas.
Os túmulos estão em péssimas condições de conservação, alguns estão afundando no solo e outros quebrados que confirmam a ação do tempo diante do abandono nos anos.
Em contato com os responsáveis do local, declararam que ali estão sepultados 33.877 pessoas e são realizados em média de 3 a 4 enterros por dia e que atualmente, seis funcionários são responsáveis pelo cemitério sendo 02 administrativos e 04 para limpeza e a realização dos enterros. Segundo eles, o ideal seria 14 servidores somente para a área de manutenção e demais serviços. “Antigamente, tínhamos esse montante de funcionários e o cemitério ficava limpo” falou um servidor.
Denúncia que é preciso pagar para ter a limpeza dos túmulos
Segundo os responsáveis, não é para ser cobrado nenhum pagamento pela manutenção e limpeza, visto que as pessoas adquirem os terrenos para o sepultamento e o serviço de limpeza gratuito, mas com o quadro atual de servidores, não conseguem manter a limpeza de toda a área de uma única vez, porque enquanto limpam um determinado local, outros já estão nascendo a vegetação. “Aqui no cemitério tem gente que paga para terceirizados limparem os túmulos, mas ressaltamos que os túmulos são responsabilidade dos proprietários, nós não podemos mexer nesses túmulos, realizamos os cuidados em torno dos túmulos” disseram os responsáveis pelo local.
Vizinho feio
No prédio ao lado do cemitério Santo Antonio, pesa sobre o velório municipal as denúncias sobre as condições precárias de manutenção, conservação e sujeira que foram constatadas pela reportagem, verificando-se ainda muita sujeira e mato na área externa o que propicia a reprodução do mosquito Aédes Aegyptil portador do vírus da dengue, zica e chikungunya.
Segundo os denunciantes, a administração pública municipal tem que dar exemplo antes de cobrar dos cidadãos, pois o próprio prédio do velório está feio, sem pintura e a maioria dos móveis estão quebrados e enferrujados e estocados em uma sala improvisada..
Na visita ao local uma das salas destinadas para o velório de pessoas, está sendo utilizada como depósito de pertences dos funcionários e dormitório do guarda, além de ter sido transformado em um depósito de móveis velhos, dormitório com uma cama improvisada com um colchão sobre quatro cadeiras, além de guarda de material de limpeza como balde, mangueira de água, rodo, vassoura, e outros materiais de limpeza.
A única torneira que foi instalada para servir no serviço de lavagem de toda a calçada e os pisos das salas está sem água pelo fato do cano estar quebrado há muito tempo. Funcionários da limpeza enchem um balde com a água retirada de uma torneira da pia da copa utilizada para fazer o café e lavar copos e louças e com o balde cheio joga a água no chão para fazer a limpeza, mas diante da sua pequena quantidade de armazenamento tem que ser feito essa coleta de água por diversas vezes.
Diante das dificuldades os recipientes para fazer o café (vasilhas) não tem a higienização adequada, agravada com a falta de produtos de limpeza. Sem opção, os funcionários jogam água e passam a mão na vasilha,para retirar o produto (como a borra do café) a ser descartado.
Segundo informações, os funcionários de vez em quando, levam produtos para a limpeza necessária, mas que já faz um bom tempo não recebem os produtos para o velório.
SEM DESCANSO
O horário de trabalho, desde novembro de 2015, não tem sido respeitado fazendo com que mensalmente as funcionárias do município trabalhem no regime 12 por 12 horas.
A razão dessa jornada, segundo declarações, é que estão atendendo a uma ordem da sua chefia que tem também tem que ser cumprida as horas de funcionário que esteja em férias. No recebimento do holerite não é creditado nenhuma hora extra ou qualquer outro tipo de bonificação que compense as horas a mais trabalhadas.
Essa jornada não acontece com os funcionários da empresa GUIMA que é uma empresa contratada para prestar serviço no local.
MUITO CACIQUE PARA POUCOS INDIO
No velório Municipal outra situação pitoresca se apresenta. Para cada funcionário no seu período de trabalho existe três chefes para comanda-la, e se for considerado o trabalho do funcionário da GUIMA o quadro se altera para quatro chefes para duas pessoas.
TELEFONE MUDO
O telefone quebrado do Cemitério Santo Antonio – vizinho do Velório – faz com que os seus funcionários tenham que abandonar o seu posto de trabalho até para fazer ou receber um simples telefonema.
**BANHEIRO***
Nem mesmo um dos banheiros escapou do descaso no local. Foi fotografado uma porta visivelmente danificada, muito provavelmente por arrombamento, que continua no local para dar privacidade durante o seu uso e sem a sua substituição até o dia da reportagem.
José Carlos do Reis que estava no momento da constatação brincou dizendo à reportagem : “Vocês tem que ver o lado bom das coisas. Nesse banheiro o calor não vai ser tão forte porque vai ter um ventinho para entrar…”
SIFAO TAMBÉM NAO AGUENTOU
Para agravar a situação caótica o sifão da única pia se encontra com defeito vazando uma quantidade de água para o chão do local, e para evitar que ela se espalha no piso fizeram um serviço tipo “provisório definitivo” coletando a água desse vazamento com a utilização de um pequeno recipiente de plástico que após recolhido é jogada na grama.
“A Vigilância sanitária e a Secretaria da Saúde precisam observar com mais atenção a precariedade dos serviços e as dificuldades que nós os funcionários estamos enfrentando diariamente” disseram eles.









-
Content section component